Mesa de negociação

Bancários iniciam campanha salarial e refutam ataque a direitos

“Nossa campanha não pode se desvincular do desmonte trabalhista que o governo Bolsonaro promove desde o início da sua gestão”, afirma a presidenta do sindicato

Dino Pereira
Dino Pereira
Da esq. para dir.: Aline Molina, presidenta da Fetec-SP; Ivone Silva e Juvandia Moreira

São Paulo – As negociações da campanha nacional dos bancários começaram ontem (22), uma semana após a entrega da pauta de reivindicações da categoria. Além da definição dos temas, foram tratadas questões como o abono do banco de horas negativas criado em decorrência da pandemia, a Medida Provisória (MP) 1.116/2022, que ameaça a retirada do auxílio-creche babá, e o Projeto de Lei (PL) 1,043/2019, que propõe a liberação da abertura de agências aos finais de semana.

“Nossa campanha não pode se desvincular do desmonte trabalhista que o governo Bolsonaro promove desde o início da sua gestão. A MP 1.116 é um exemplo do desrespeito com as negociações coletivas”, afirmou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

De acordo com a dirigente, cerca de 80 mil bancários são beneficiados seja pelo auxílio babá, creche ou auxílio filho com deficiência. “A MP ameaça direitos garantidos, em um momento de recessão econômica, desemprego e alta no endividamento das famílias”, destacou.

“São temas centrais que englobam uma série de reivindicações da categoria. Isso contribui para organizarmos e agilizarmos as negociações”, ponderou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira. “É hora de nos mobilizarmos”, completou.

Na mesa de negociação, o Comando Nacional dos Bancários também reivindicou o abono das horas negativas das pessoas com comorbidade para as quais o banco não conseguiu viabilizar o trabalho remoto durante a pandemia.

Próximos temas 

“As pessoas foram afastadas por uma questão de saúde pública. Foram dois anos de pandemia e para algumas delas os bancos não conseguiram viabilizar o trabalho remoto. Isso gerou um número muito grande de horas a serem compensadas. Por mais que tenham tentado, algumas pessoas não conseguiram compensar todas estas horas. Queremos que estas horas sejam abonadas”, destaca Ivone.

A Federação Nacional do Banco (Fenaban) informou que, como as negociações sobre banco de horas foram realizados diretamente com os bancos, fará um levantamento sobre quais são os casos, a fim de discutir a proposta com cada um deles. Emprego e terceirização será o tema tratado na próxima reunião. Na sequência, cláusulas sociais e segurança bancária, cláusulas sociais e teletrabalho, igualdade de oportunidades, saúde e condições de trabalho, além de duas reuniões sobre as cláusulas econômicas (veja o calendário detalhado abaixo).

A categoria precisa definir a campanha até o fim de agosto porque a data-base é 1º de setembro. E a “reforma” trabalhista (Lei 13.467, de 2017) acabou com a chamada ultratividade (manutenção dos direitos da atual convenção coletiva até a assinatura do novo acordo).

Pauta de reivindicações

  • Reposição salarial e nas demais verbas com base na inflação do período entre 1º de setembro de 2021 e 31 de agosto de 2022 (INPC-IBGE)
  • Aumento real de 5%
  • Aumento maior para vales refeição e alimentação
  • Garantia dos empregos
  • Manutenção da regra da participação nos lucros ou resultados (PLR), atualizada pelo índice de reajuste
  • Fim das metas abusivas
  • Combate ao assédio moral
  • Acompanhamento e tratamento de bancários com sequelas da covid

Calendário de negociações

  • 27 de junho – Emprego e terceirização
  • Julho – dia 6, cláusulas sociais e segurança bancária); dia 22, cláusulas sociais e teletrabalho; e dia 28, igualdade de oportunidades)
  • Agosto: dia 1º, saúde e condições de trabalho); dia 3, cláusulas econômicas; dias 11, 15, 18, 19, 20, 22, 23 e 24/8, pendências.

Com informações do portal da CUT

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