Estratégica

Trabalhadores de Furnas iniciam greve. Na mira da privatização, empresa abre dissídio no TST

Companhia, que atua em 15 estados e no DF, quer aumentar participação dos trabalhadores no plano de saúde. Para sindicalistas, ideia é reduzir custos para facilitar venda

Furnas Centrais Elétricas
Furnas Centrais Elétricas
Empresa atua na geração, transmissão e venda de energia elétrica nas cinco regiões do país

São Paulo – Trabalhadores do sistema Furnas entraram em greve nesta segunda-feira (17), por alterações no plano de saúde impostas pela empresa. Segundo a Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), as alterações também atingem benefícios assistenciais vinculados ao convênio. A paralisação visa a fazer com que a companhia abra negociação com os representantes dos funcionários.

Furnas é uma empresa do sistema Eletrobras, que está na mira de privatizações do governo. Em 2020, último dado disponível, teve lucro líquido de R$ 2,568 bilhões. Fechou o ano com 2.827 funcionários efetivos, praticamente o mesmo número de 2019 (2.832) e 7% abaixo de 2018 (3.037). A companhia atua na geração, transmissão e venda de energia elétrica em 15 estados nas cinco regiões do país, além do Distrito Federal.

Redução de custos e direitos

De acordo com os sindicalistas, a empresa quer aumentar a participação dos trabalhadores no plano de saúde. A decisão foi unilateral e a participação sobe de 10% para 40%, a partir do mês que vem. “A intenção é diminuir sua participação no plano de saúde visando à privatização da Eletrobras. Ou seja, promove redução de custos ao tirar direitos conquistados pelos trabalhadores para atrair mais interessados”, diz o Sinergia SP CUT, sindicato do setor no estado de São Paulo. Com o aumento, muitos funcionários também não conseguiriam sequer manter o plano devido ao custo.

Os trabalhadores afirmam ainda que a direção de Furnas que alterar o plano com base em uma liminar de processo de dissídio instaurado pela própria empresa no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Assim, a greve de Furnas pede que nada seja alterado até uma decisão final da Justiça. Na semana passada, a presidenta do TST, ministra Maria Cristina Peduzzi, determinou manutenção de contingente mínimo de 80% em cada setor ou unidade da empresa durante a greve.