Proteção

Com avanço da ômicron, bancários cobram ampliação de ‘home office’

Somente em São Paulo, Osasco e região, 1.500 bancários foram contaminados pela covid-19 desde o início do mês

Reprodução/SP Bancários
Reprodução/SP Bancários
Bancários cobram política de testagem e controle de acesso às agências, dentre outras medidas

São Paulo – Diante do avanço da variante ômicron do novo coronavírus, o Comando Nacional dos Bancários se reúne nesta terça-feira (18) com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para discutir a adoção de medidas preventivas. Somados à covid-19, os casos de gripe também têm levado ao afastamento dos trabalhadores. A categoria cobra protocolos mais rígidos dentro das agências como forma de conter o contágio de ambas as doenças. Nesse sentido, também defendem a ampliação do home office (teletrabalho), que deixou de ser adotado por alguns bancos.

De acordo com o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, somente em janeiro mais de 1.500 trabalhadores pegaram covid-19. Dessa forma, o avanço da doença resultou no fechamento temporário de 620 agências. Até a semana passada, os casos confirmados somavam cerca de 500, com o fechamento de 150 agências.

O secretário de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Mauro Salles, classificou como “assustador” o aumento de contágios nos ambientes de trabalho. “Nos preocupa que os bancos não entenderem a gravidade do momento.”

Ações

Da mesma forma, o vice-presidente da Contraf-CUT, Vinicius Assumpção, afirmou que flexibilizar as medidas de proteção “é uma tremenda irresponsabilidade”. “Estamos passando pelo pior momento da pandemia. Não tem sentido argumentar que os bancários não devem voltar ao home office. Vamos cobrar fortemente isso”, afirmou.

Como exemplo das medidas de flexibilização,Assumpção denunciou o fim do rodízio de funcionários e controle de atendimento nas agências. Além disso, cobrou ações de prevenção que incluem a sanitização das agências, o afastamento de bancários com suspeita de contaminação e a testagem dos funcionários próximos.

“Os bancos precisam, urgentemente, praticar protocolos rígidos, que se mostraram eficazes, para proteger bancários e clientes dentro das agências e departamentos”, afirmou a secretária-geral do sindicato de São Paulo, Neiva Ribeiro. Para ela, as instituições financeiras, que compõem o setor “mais lucrativo do país”, continuam pensando apenas nos seus próprios interesses, colocando em risco a saúde de trabalhadores e clientes.

Contratações

Dessa maneira, outra pauta da discussão é o aumento das contratações. Com demissões em massa no último período, os bancários reclamam da sobrecarga de trabalho agravada com os afastamentos pela doença.

“Desde o início da pandemia, no entanto, os bancos fecharam mais de 6 mil postos de trabalho. Somente neste ano, também fecharam mais de mil agências, o que agrava ainda mais a situação”, disse Neiva.

Com informações do Sindicato dos Bancários de São Paulo e da Contraf-CUT.