Semana decisiva

Senado discute projeto de privatização dos Correios, e trabalhadores aguardam julgamento no TST

Comissão escolheu relator do PL 591. Tribunal marcará nova data para julgar dissídio

Sintect-Cras
Sintect-Cras
Representantes dos trabalhadores argumentam que serviços vão piorar e ficarão mais caros com a privatização

São Paulo – Confirmado como relator do projeto que permite a privatização da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), o senador Marcio Bittar (MDB-AC) já anunciou que pretende apresentar nesta semana a sua proposta de trabalho na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa. Segundo ele, o colegiado realizará duas sessões para discutir o projeto (PL 591), aprovado em agosto na Câmara.

Os Correios estarão envolvidos em outra área nesta semana. O Tribunal Superior do Trabalho (TST) deverá julgar o dissídio coletivo, depois que audiência de conciliação terminou sem acordo. O julgamento estava marcado para esta segunda-feira (20), mas o relator, ministro Alexandre Agra Belmonte, retirou o item da pauta, alegando que precisa de mais tempo para analisar o processo. A nova data ainda não foi marcada.

“Cai por terra a mentira divulgada de que a representação dos trabalhadores não queria negociar. Quem não quer negociar e que recusou, inclusive, a proposta do TST foi a direção da ECT”, afirma em nota a Fentect, federação nacional dos trabalhadores na empresa. “A prática de má-fé da direção dos Correios fica evidente, pois tenta confundir a categoria para não conceder reajuste, retirar mais direitos e implantar um banco de horas que vai explorar e oprimir ainda mais os trabalhadores nas unidades de trabalho”, acrescenta a entidade.

Tribunal eliminou cláusulas

Nos anos anteriores, a campanha salarial também terminou no TST. No ano passado, o tribunal fixou reajuste e considerou não abusiva a greve da categoria, mas eliminou a maior parte das cláusulas do acordo coletivo. A decisão foi criticada pela representação dos funcionários.

Em pronunciamento na última quinta-feira (16), o senador Paulo Paim (PT-RS) criticou o projeto. “Haverá enormes prejuízos aos serviços postais para o povo brasileiro e também aos trabalhadores. A população é que vai perder. A sociedade brasileira precisa saber que a privatização dos Correios será na verdade uma ato de crime de lesa-pátria”, afirmou, acrescentando que se trata de companhia estratégica, presente em todo o país e com quase 100 mil funcionários. Para Paim, pelo menos 3 mil cidades ficariam com serviços precários em caso de privatização. Além disso, em vários locais o serviço ficaria mais caro.

Com informações da Agência Senado

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