Serviço essencial

Bancários vão ao ministro da Saúde mostrar por que a prioridade na vacinação

Segundo dados levantados pelo Dieese, entre fevereiro e abril houve um aumento de 176% na média mensal de óbitos entre os bancários

Divulgação / Seeb-SP
Divulgação / Seeb-SP
Em junho, ministro Queiroga recebeu das representantes dos bancários documentos que comprovam necessidade de priorizar vacinação da categoria

São Paulo – Representantes dos bancários estiveram nesta sexta (11) com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para reivindicar prioridade da categoria na vacinação contra a covid-19. Argumentaram sobre a grande exposição aos riscos de contágio nas agências, que permanecem abertas desde o início da pandemia. Também lembraram que exercem atividade considerada essencial e apresentaram números sobre mortes.

Foram levados ofícios e pareceres médicos e técnicos sobre as características do trabalho nas agências. “É um ambiente fechado, sem ventilação natural, por conta da segurança. Apresentamos também os dados que mostram um aumento de 176% dos desligamentos por morte na categoria e preocupação que as agências se transformaram em um vetor risco para a população”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.

Atividade essencial

Já a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, lembrou que o trabalho bancário é considerado essencial. “As agências ficaram abertas desde o início da pandemia atendendo milhões de pessoas, no pagamento do auxílio emergencial, de aposentadorias e para programas de crédito”, diz. “É urgente incluir a categoria nos grupos prioritários da vacinação, para a segurança de toda a população.” A atividade é tida como essencial pode meio de decreto que regulamenta a Lei 13.979, de 6 de fevereiro de 2020. O sindicato também enviou ofício às prefeituras e câmaras municipais de sua base requerendo a inclusão entre grupos prioritários.

Dados justificam

Segundo dados levantados pelo Dieese a partir do “novo” Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no acumulado de três meses, de fevereiro a abril, houve aumento de 176% na média mensal de óbitos entre os bancários. O número foi de 18,33 para 52. Embora o levantamento não especifique as causas, o sindicato considera evidente a relação com a covid-19.

“Esses dados justificam nossa luta pela inclusão da categoria como prioridade nos planos de imunização. Isso porque sabemos que o aumento de mortes está relacionado com a pandemia. Continuamos reivindicando ao governo federal, governo de São Paulo e prefeituras da nossa base que incluam os trabalhadores bancários nos seus cronogramas de vacinação. E vamos continuar pressionando para que isso ocorra”, acrescenta Ivone. A presidenta da entidade diz que o ministro se comprometeu a levar a reivindicação para a coordenação do Programa Nacional de Imunizações.