Pandemia

Protocolo unificado contra covid garante mais segurança a bancários

Proposta foi apresentada pelos representantes dos bancos. “Com a padronização poderemos cobrar ações mais eficazes”, afirma Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região

Pixabay
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Um número bem acima da média de mortes relacionadas ao trabalho ocorre no Sudeste Asiático e no Pacífico Ocidental

São Paulo – Os bancários poderão contar com mais segurança para trabalhar durante a pandemia. Depois de mais de um ano de cobranças feitas pelo movimento sindical, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou proposta de protocolo unificado de segurança contra a covid-19, em mesa de negociação realizada na última segunda-feira (24).

“Há meses estamos reivindicando essa unificação, que é fundamental para a proteção da categoria. Hoje cada banco tem seu protocolo e isso é ruim para os trabalhadores porque algumas medidas fundamentais que são adotadas por alguns, não são praticadas por outros. Com a padronização (do protocolo unificado), vamos poder cobrar as ações mais eficazes e fiscalizar melhor sua aplicação”, afirma a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, que representa a categoria nas negociações com a Fenaban.

“Agora vamos analisar a proposta da Fenaban e debatê-la em uma próxima mesa”, diz Ivone. Na reunião, o sindicato cobrou novamente o empenho da federação para a inclusão da categoria como prioridade no Plano Nacional de Imunização (PNI) contra a covid-19.


Confira também a reportagem da TVT


A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, em entrevista ao Seu Jornal, na TVT, observa que os serviços bancários foram considerados essenciais em todos os decretos municipais ou estaduais que previram medidas de isolamento contra a pandemia. “Assim, os bancos nunca deixaram de funcionar e boa parte dos bancários de agências e departamentos continuaram no trabalho presencial, inclusive de atendimento ao público. Portanto, nada mais justo que os bancários, assim como outras categoria que estão na linha de frente, sejam vacinados com prioridade”, defende.

“Estamos em uma mesa de negociação permanente e fazendo todos os esforços para salvar a vida dos trabalhadores”, afirma a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, em entrevista ao Seu Jornal, na TVT.

Como parte desse esforço, o movimento sindical bancário promoveu nesta quinta-feira (27), o Dia Nacional de Luta pela inclusão da categoria como essencial no PNI e por vacina para todos.

Ivone Silva lembrou que a organização do movimento sindical bancário assegurou proteção à categoria já nas primeiras semanas da pandemia. “Fomos uma das primeiras categorias a negociar medidas protetivas. Logo no início da pandemia conseguimos que metade dos bancários passassem a trabalhar de casa, e outra parte considerável entrasse em regime de rodízio nas agências, trabalhando presencialmente uma semana e em home office na outra. Isso foi fundamental para a segurança dos trabalhadores. Mesmo assim, há vítimas entre os bancários e a categoria precisa ser vacinada”, reforça.


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Segundo levantamento do feito pelo Dieese, com base no Novo Caged, o número de desligamentos por mortes na categoria bancária teve crescimento de 176,4% entre o primeiro trimestre de 2020 e o primeiro trimestre de 2021. Isso provavelmente se deu por conta da pandemia, apesar de o Caged não informar a causa do óbito. “Esse é um número assustador”, afirma Juvandia Moreira.

“Temos certeza de que o número de mortes por coronavírus seria maior entre os bancários se não tivéssemos conquistado as medidas preventivas. Mas não queremos mais nenhuma morte. Queremos protocolos rigorosos, vacinação já e cobramos ainda da Fenaban informações sobre mortes e casos de covid entre a categoria. Isso também será fundamental para futuras ações de proteção dos trabalhadores”, diz Ivone.

Na reunião, a Fenaban prometeu repassar os dados sobre contaminações e óbitos nos próximos dias. O Comando Nacional dos Bancários pretende utilizar esses dados para mais uma vez cobrar do Ministério da Saúde a inclusão da categoria no PNI. Será enviado novo ofício reivindicando reunião com o ministro.