Mobilização

Metalúrgicos discutem com montadoras e autopeças medidas de proteção para manter trabalhador em casa

Sindicato do ABC defende “isolamento social severo” combinado com programa de proteção ao emprego e à renda

Adonis Guerra/SMABC
Adonis Guerra/SMABC
De acordo com o levantamento, os metalúrgicos concentram 9% do emprego com carteira assinada, mas respondem por 16,9% do total pago

São Paulo – O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC iniciou conversas com os sindicatos das montadoras (Sinfavea) e da indústria de autopeças (Sindipeças) para discutir medidas de proteção aos trabalhadores contra a pandemia. O objetivo, segundo os metalúrgicos, é buscar um acordo emergencial “em defesa da vida e do trabalho”. Que se tornou ainda mais urgente pelo que a entidade chama de “descaso” do governo Jair Bolsonaro.

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“É imprescindível que os trabalhadores permaneçam em suas casas, junto aos familiares, nos próximos dias”, informa o sindicato do ABC paulista. “Também é fundamental que o setor privado apoie o sistema público de saúde e, com isso, evite um colapso irremediável. E a indústria automotiva tem capacidade para liderar esse processo no segmento econômico.”

Bem recebida

Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, o Wagnão, a proposta foi bem recebida. Mas as entidades patronais afirmaram que, para viabilizar o acordo, o governo precisa apresentar medidas para custear salários. “Eles receberam bem a necessidade de urgentemente unir todos os esforços e propostas que possam conter o avanço mais agressivo da covid-19. O sindicato defende o isolamento total e severo, que para ser eficaz deve ser feito de forma geral. Para isso é preciso um programa federal de proteção do emprego e da renda”, observou Wagnão. O dirigente acrescenta que os trabalhadores vão conversar com outros setores econômicos.

As propostas dos metalúrgicos do ABC incluem isolamento, vacinação, apoio ao SUS e programas de reconversão industrial e crédito. Sobre a imunização dos trabalhadores, a ideia é “estruturar a aquisição compartilhada de vacinas junto às secretarias municipais de saúde ou consórcios públicos, a exemplo do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, como forma de acelerar o processo de imunização da população”. Inicialmente, a doação seria ao SUS regional.