'Manobra' da empresa

Trabalhador da Ford de Taubaté aprova volta ao serviço. E sindicato denuncia ‘jogo sujo’

Produção parou desde 11 de janeiro, quando a empresa anunciou o fim das operações no Brasil

Sind. Met. Taubaté
Sind. Met. Taubaté
Metalúrgicos afirmam que não se pode falar em greve: foi a própria montadora que parou a operação

São Paulo – Trabalhadores na Ford de Taubaté, interior paulista, aprovaram o retorno à fábrica na tarde desta quarta-feira (17), para ficarem disponíveis para o serviço. A decisão foi tomada em assembleia pela manhã. As atividades estavam interrompidas desde 11 de janeiro, quando a empresa anunciou o fim das operações no Brasil. Isso inclui, além de Taubaté, as unidades de Camaçari (BA) e Horizonte (CE).

“A Ford tem tentado prejudicar os trabalhadores, pois alega à Justiça que os funcionários estão em greve”, diz o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e região. “A manobra não condiz com a realidade, uma vez que a paralisação das atividades na fábrica de Taubaté foi uma ação da própria montadora”, acrescenta a entidade.

Coação e constrangimento

“A Ford joga sujo ao culpar os trabalhadores pela paralisação da produção para depois coagir e constranger”, critica o coordenador sindical na Ford, Sinvaldo Cruz, pois, segundo ele, não existe greve. “Todos querem trabalhar. Nosso compromisso é com a geração de emprego e renda.” O presidente do sindicato, Cláudio Batista, o Claudião, lembra que a Ford manteve os trabalhadores sob licença remunerada e não queria que eles entrassem na fábrica.

Está marcada para hoje à tarde nova audiência de conciliação entre representantes dos empregados da Ford em Taubaté e da direção da empresa, no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15), em de Campinas. Amanhã, às 6h30, os metalúrgicos voltam a se reunir em assembleia. Também nesta quinta, pela manhã, haverá audiência no TRT da Bahia.

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