Reversão

Metalúrgicos da Ford em Taubaté rejeitam proposta de indenização

Sindicato afirma que vai continuar insistindo na manutenção da fábrica “É o emprego de pais e mães de famílias que está em risco”

Sind. Met. Taubaté
Sind. Met. Taubaté
Assembleia diz não à proposta da empresa. Ideia é insistir na negociação

São Paulo – Trabalhadores na Ford em Taubaté, no Vale do Paraíba, interior paulista, rejeitaram em assembleia nesta quarta-feira (3) proposta de indenização pelo encerramento das atividades da empresa no Brasil, anunciado há 25 dias. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da região (Sindmetau), o objetivo é insistir na manutenção da fábrica.

“É o emprego de pais e mães de famílias que está em risco. Vamos lutar até o último minuto para reverter essa situação”, afirmou o coordenador sindical na Ford, Sinvaldo Cruz. “Fizemos um pedido, e estamos aguardando um posicionamento da fábrica, para discutir com o presidente global da Ford. Porque ainda temos esperança de que possa ser revertido”, acrescentou.

A unidade da Ford em Taubaté, que produz motores e câmbios, tem aproximadamente 830 empregados diretos. Mas o coordenador cita estimativa do Dieese segundo a qual quase 120 mil postos de trabalho podem ser atingidos no país. No caso específico da Ford, a decisão de fechamento atinge ainda as fábricas de Camaçari (BA) e Horizonte (CE).

A proposta rejeitada previa indenização equivalente a 1,1 salário por ano trabalhado para os funcionários horistas (ligados à produção). Para mensalistas (administrativos), 0,7 salário. O sindicato afirma que esses valores ficam abaixo do que os empregados receberiam até o fim deste ano, entre salários e benefícios. Por acordo, eles têm estabilidade até 31 de dezembro.

“Ou seja, seria como se a indenização fosse apenas a antecipação dos valores dos meses de fevereiro a dezembro”, comentou Sidivaldo Borges, representante sindical na Ford. “Mas o que os trabalhadores buscam neste momento não é uma indenização, mas sim a reversão da decisão da montadora.”


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