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Metalúrgicos da CUT em São Paulo conseguem inflação e aprovam acordos por setor

Negociações também asseguraram renovação das cláusulas sociais por dois anos

Adonis Guerra/SMABC (Montagem RBA)
Adonis Guerra/SMABC (Montagem RBA)
Negociação continua em alguns casos, por empresa ou setor. Moisés ressaltou renovação das cláusulas em momento conturbado

São Paulo – Metalúrgicos da CUT no estado de São Paulo estão aprovando acordos com quatro grupos patronais, que incluem reajuste salarial pela inflação e renovação das cláusulas sociais por dois anos. Os metalúrgicos do ABC, por exemplo, fizeram assembleia virtual, por meio do site do sindicato. Assim, com 88% dos votos, aprovaram acordos negociados pela federação estadual (FEM-CUT).

Até agora, as negociações fechadas envolvem o Sindicel (sindicato patronal do setor de condutores elétricos, entre outros), G3 (autopeças , forjaria e parafusos), a indústria de fundição e G2 (máquinas e aparelhos eletro-eletrônicos). Segundo os sindicalistas, outros grupos devem apresentar proposta nesta sexta-feira (2). A variação do INPC em 12 meses, até agosto, é de 2,94%. A categoria tem data-base em 1º de setembro.

Negociação ou greve

Alguns grupos não quiseram negociar ou apresentaram proposta sem reajuste. Nesses casos, a FEM-CUT protocolou aviso de greve. Os metalúrgicos também vão procurar acordos por empresa. A base nos sindicatos filiados soma 187 mil trabalhadores.

Já as montadoras de automóveis têm negociações à parte. Ontem, os trabalhadores na Mercedes-Benz, em São Bernardo, aprovaram acordo que garantiu renovação das cláusulas por três anos. Sera criado um vale-refeição de R$ 300. O acordo não prevê reajuste neste ano, apenas em 2021 e 2022, pelo INPC.

“Estamos atravessando um período bem difícil de pandemia, com economia em queda e, para agravar, temos um governo que trabalha o tempo todo com bastante força na retirada de direito dos trabalhadores”, comentou o secretário-geral do sindicato do ABC, Moisés Selerges. “Por isso, conseguir renovar as cláusulas sociais das nossas convenções coletivas é uma vitória imensurável que talvez num primeiro momento a gente não perceba, mas quando o Brasil voltar um dia a ser feliz, à normalidade, vamos dar valor e perceber que estamos sabendo navegar bem na tempestade”, acrescentou.

Com informações do jornal Tribuna Metalúrgica