Inflexíveis

TST propõe acordo, empresa nega, e greve dos Correios será julgada. Bancos insistem em reajuste zero

Trabalhadores falam em reforçar greve dos Correios, diante da falta de acordo. Bancários, em assembleia permanente, pressionam por nova proposta da Fenaban

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Comando dos Bancários já teve 12 rodadas de negociação com a Fenaban, mas indefinição prossegue, às vésperas do vencimento do acordo coletivo

São Paulo – As campanhas salariais dos bancários e dos trabalhadores nos Correios seguem esbarrando em uma postura patronal inflexível. Na tarde desta quinta-feira (27), o vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, chegou a apresentar proposta de acordo, em meio à situação de greve dos Correios e do impasse nas negociações. Mas a ECT recusou. Com isso, o dissídio irá a julgamento. No caso do setor financeiro, a Fenaban insiste em não oferecer reajuste neste ano. Faltam quatro dias para o acordo coletivo de trabalho perder a validade – a data-base é 1º de setembro.

Foi o segundo dia de reunião no TST, em busca de um entendimento diante da greve dos Correios e da postura intransigente da empresa. O ministro propôs renovar as cláusulas sociais, algo que poderia ser levado às assembleias – a categoria está em greve desde o dia 18 –, mas os Correios não aceitaram, alegando dificuldade financeira. Representantes dos empregados presentes à reunião afirmaram que a ECT apresentou informações de lucro superior a R$ 600 milhões nos primeiros sete meses do ano.

Com o impasse, o dissídio coletivo irá a julgamento pelo TST. Em 2019, a empresa recorreu do julgamento do dissídio e conseguiu decisão favorável no Supremo Tribunal Federal (STF). “Vamos reforçar a greve”, afirmou o secretário-geral da Fentect (federação nacional dos trabalhadores), José Rivaldo da Silva.

Assembleia permanente

Em mais uma rodada de negociação com o Comando Nacional dos Bancários, a 12ª, a Fenaban manteve a posição de pagar apenas um abono neste ano. Haveria reajuste pelo INPC só em 2021, mas dividido em duas parcelas. O setor desistiu de pagar um valor menor de participação nos lucros ou resultados (PLR), mantendo a regra atual.

Bancários fizeram assembleias por todo o país na noite de hoje. Em São Paulo, por exemplo, em assembleia virtual encerrada às 21h33, eles decretaram estado de assembleia permanente, à espera de nova proposta da federação patronal. Os bancos não aceitam discutir a ultratividade, princípio pelo qual as cláusulas atuais seguem válidas até que o acordo seja renovado.


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