Reta final

Mulheres ganham menos e negros são minoria: campanha dos bancários discute distorções

Igualdade de oportunidades é um dos temas da campanha nacional da categoria, que vai entrar na fase decisiva

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Comando Nacional dos Bancários e Fenaban têm hoje a quinta rodada de negociação. Acordo coletivo vale até o próximo dia 31

São Paulo – Os bancos “acirram desigualdades”, afirmam os representantes dos trabalhadores, que ontem (13) discutiram justamente o tema igualdade de oportunidades. Foi a quarta rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban, federação patronal. Nesta sexta-feira (14), a reunião seria sobre as cláusulas sociais da convenção coletiva. Faltam pouco mais de duas semanas para o término da validade do acordo. A categoria tem data-base em 1º de setembro. A campanha envolve 453 mil trabalhadores.

Segundo os bancários , as mulheres ocupam quase metade (48,8%) dos postos de trabalho. E, pelos dados mais recentes, referentes a 2018, recebem em média 21,75% a menos que os homens. Percentual significativamente maior que a média do mercado formal de trabalho (14%).

Campanha dos bancários discute defesa do emprego e regras para o trabalho em casa

A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ivone Silva, lembra que uma das reivindicações da categoria é a inclusão, na convenção coletiva, de um canal de atendimento às mulheres vítimas de violência. “Para manter o respeito e o acolhimento necessário no ambiente de trabalho”, diz Ivone, que é também uma das coordenadoras do Comando Nacional.

Poucos avanços

Com base nos relatórios anuais, os bancários afirmam ainda que as empresas “pouco avançaram” em relação à presença de trabalhadores negros no setor. No Itaú, por exemplo, eles são 22,88% dos funcionários, mas essa participação cai para 14,6% entre gestores e 1,80% em cargo de direção.

No Bradesco, de 97 mil funcionários, 50,4% são mulheres e 26,4%, negros. Eles são ainda menos na Caixa Econômica Federal: 24,2%.

Na parte econômica, os bancários reivindicam reajuste com base na inflação e 5% a título de aumento real. Outros itens prioritários são manutenção dos empregos e dos direitos, além de regulamentação do home office.