Reta final

Bancários concluem hoje votação sobre proposta. Acordo pode ter impacto de R$ 8 bi na economia

Cálculo é do Dieese. Categoria tem até 23h59 de hoje para decidir sobre acordo, com indicativo de aprovação

Contraf-CUT
Contraf-CUT
Proposta que está sendo votada exigiu 14 rodadas de negociação entre Comando Nacional dos Bancários e Fenaban

São Paulo – A votação virtual sobre a proposta de acordo negociada com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) termina às 23h59 desta segunda-feira (31), com indicação de aprovação pelo Comando Nacional dos Bancários. Segundo os líderes da categoria, estudo elaborado pelo Dieese aponta impacto superior a R$ 8 bilhões na economia.

O valor total (R$ 8.098.464.934,10) considera reajuste salarial e de vales e o pagamento de participação nos lucros ou resultados (PLR), lembra a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Apenas a PLR representa soma de R$ 6,2 bilhões. O reajuste, incluído abono, soma R$ 757 milhões e os vales refeição (R$ 37,71 em 2020) e alimentação (R$ 653,60), mais R$ 223 milhões.

Os trabalhadores conseguiram alterar a proposta dos bancos que insistiam em retirada de direitos, como o 13º vale-alimentação. O reajuste zero, como queria a Fenaban, resultaria em redução de até 48% no valor da PLR e perda de 2,65% nos salários.

Reajuste em 2020 e 2021

Pela proposta de acordo concluída na madrugada do domingo (30), após 14 rodadas, neste ano haverá reajuste de 1,5% e abono de R$ 2 mil. Benefícios como vales e auxílio-creche têm correção pelo INPC-IBGE, cuja variação em 12 meses é estimada em 2,74%. Para 2021, reajuste pelo INPC e aumento real de 0,5% para salários, vales e auxílios.

“Quando o trabalhador ganha, toda a sociedade ganha. Com esses valores, os bancários vão consumir, o comércio vai vender, vão reformar suas casas, vão pagar suas dívidas. Ganha a economia e ganha o governo, que arrecada mais, quando a economia gira”, afirmou a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, coordenadora do Comando Nacional.

Debate sobre home office

Também coordenadora do Comando, a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, lembrou que o acordo inclui discussão específica sobre o chamado teletrabalho, que no período de pandemia chegou a envolver dois terços dos 453 mil trabalhadores do setor no país.

“A partir do debate sobre teletrabalho, conseguimos construir o consenso entre os bancos, e a categoria deve continuar em home office durante a pandemia”, disse Ivone. Serão discutidos acordos específicos em algumas instituições.


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