Incompetência

Renault quer descontar seus erros nos trabalhadores, critica IndustriALL

Na última terça-feira (21), os trabalhadores da fábrica determinaram greve contra dispensa de quase 747 funcionários

Sind. Met. Grande Curitiba
Sind. Met. Grande Curitiba
Na última sexta-feira (17), uma assembleia rejeitou proposta que incluía um plano de demissões voluntárias

São Paulo – A Renault demitiu 747 trabalhadores de sua fábrica, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. De acordo com a IndustriALL Global Union, a decisão, unilateral, joga sobre os funcionários os erros cometidos pela própria empresa.

De acordo com o secretário-geral do IndustriALL, Valter Sanches, a companhia usa a pandemia como desculpa para dispensar os trabalhadores. “A Renault quer fazer uma reestruturação, depois de fazer uma escolha errada, e em nenhum lugar do mundo interrompeu as negociações de maneira unilateral”, criticou, em entrevista a Glauco Faria, no Jornal Brasil Atual.

A escolha errada, segundo Sanches, é a incapacidade da empresa se atualizar diante das transformações da indústria automobilística. O dirigente acrescenta ainda que as quase 800 demissões ferem acordos e leis do estado do Paraná.

“Ela está infringindo várias questões, como uma lei estadual paranaense que não permite demissão em massa em empresas que recebem incentivos fiscais. Nossa entidade ainda tem dois acordos globais com a Renault, e um deles só permite uma reestruturação depois da negociação com sindicatos. E a decisão de demissão foi unilateral, estão se aproveitando do momento de pandemia para fazer os cortes”, acrescentou Sanches.

Greve

Na última terça-feira (21), os trabalhadores da fábrica da Renault decretaram greve. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba , a montadora “simplesmente informou” sobre as demissões, quando se esperava uma retomada de negociações.

Na última sexta-feira (17), uma assembleia rejeitou proposta que incluía plano de demissões voluntárias. O sindicato deu prazo de 72 horas para que a companhia voltasse a negociar, mas em vez disso veio o anúncio dos cortes.

Centrais sindicais divulgaram nesta quarta-feira (22) nota de apoio aos metalúrgicos da Renault. As entidades dizem repudiar a postura “intransigente” da direção. “Sabemos que a empresa tem recebido incentivos fiscais do governo do estado do Paraná exatamente para gerar e manter empregos”, destacam na nota.


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