Privatização

Petroleiros denunciam que desmonte da Petrobras produz desemprego

“Eles nunca falam a palavra privatização. Eles falam em desinvestimentos e o resultado disso é muito desemprego”, afirma diretor do Sindipetro

Tania Rego / ABr
Tania Rego / ABr
Navio plataforma: processo de privatização e desmonte de empresa pública em prejuízo do conteúdo nacional

São Paulo – A produção de petróleo no Brasil caminha a passos largos para a privatização completa. Na quarta-feira (15), o governo Bolsonaro concluiu a venda de mais de 10 campos no Rio de Janeiro. São ativos que compõem os polos Pampo e Enchova, para a empresa Trident Energy do Brasil.

Segundo os profissionais do setor, é uma ação prejudicial e que está sendo debatida no 18º Congresso Nacional da Federação Única dos Petroleiros, o Confup. Realizado desde quarta, o evento segue até o próximo domingo, por meio de encontros digitais.

Reportagem de Jô Miyagui no Seu Jornal desta quinta-feira (16), na TVT, mostra que o congresso vai também eleger nova diretoria. Outro tema é a campanha salarial da categoria, que tem data-base em 1º de setembro. O congresso tem como principais bandeiras a luta contra a perda da soberania nacional e o enfrentamento do desmonte e apequenamento da Petrobras. 

“Eles estão fatiando a Petrobras, diminuindo o tamanho dela. Querem que ela se torne apenas uma empresa de exploração e produção de petróleo e gás, no pré-sal e restrita a Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo”, afirma o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar.

“Infelizmente, estamos num processo avançado de ameaças a direitos e de privatização da Petrobras. A resistência nos colocou com o mote principal de não deixar destruir essa empresa. Ela é orgulho de brasileiros e brasileiras”, diz a diretora da FUP Cibele Vieira.

Discurso do ‘desinvestimento’

“Eles nunca falam a palavra privatização. Eles falam que em desinvestimentos e o resultado disso é muito desemprego, entre trabalhadores terceirizados. Os trabalhadores da Petrobras estão sendo transferidos”, afirma o diretor do Sindipetro NF Marcelo Nunes Coutinho.

“E ontem plataformas históricas sendo entregues, literalmente a chave da plataforma sendo entregue para uma nova empresa privada, que vai tocar com muito menos empregos. Isso é muito pior para o Brasil”, diz Marcelo.

Depois do golpe de 2016, que derrubou a presidente Dilma Rousseff, os governos neoliberais desmontaram a política de conteúdo nacional. Essa política fazia com que a Petrobras contratasse produtos e serviços de empresas brasileiras. O índice de conteúdo nacional caiu de 65% para menos de 20%. “Por isso, hoje as plataformas, sondas, navios são feitos na China, Cingapura, Japão, não mais no Brasil. Isso deixa de criar emprego e renda aqui no país”, avalia Deyvid Bacelar.

Confira a reportagem do Seu Jornal 


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