Metalúrgicos da Renault no Paraná entram em greve após empresa demitir quase 750
Sindicato quer retomada de negociação. Empresa afirma que não teve alternativa
Publicado 22/07/2020 - 14h04
São Paulo – Trabalhadores na Renault em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, entraram em greve ontem (21) à tarde por tempo indeterminado. Foi a reação depois que a empresa comunicou 747 demissões, pouco mais de 10% da mão de obra na fábrica. A montadora “simplesmente informou” sobre as demissões , disse o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, que esperava uma retomada de negociações.
Na última sexta-feira (17), uma assembleia rejeitou proposta que incluía um plano de demissões voluntárias. O sindicato deu prazo de 72 horas para que a Renault voltasse a negociar, mas em vez disso veio o anúncio dos cortes.
“Queremos deixar nosso repúdio pela forma que esta empresa está agindo, mesmo recebendo incentivos fiscais do governo do estado para gerar e também manter empregos”, afirmou o presidente do sindicato, Sérgio Butka. Segundo ele, os metalúrgicos continuarão buscando “uma relação capital-trabalho mais harmoniosa”.
Flexibilidade
Com aproximadamente 7.300 funcionários, a fábrica produz vários modelos, como Sandero Stepway, Logan e Kwid. Tem também uma unidade de motores.
Em nota, a Renault afirmou que adota “soluções de flexibilidade” desde o início da pandemia, para enfrentar a queda nas vendas e a falta de perspectiva de retomada do mercado. “Após realizar todos os esforços possíveis para as adequações necessárias e não havendo aprovação das medidas propostas, não restou outra alternativa”, diz a empresa, anunciando o fechamento do terceiro turno de produção.