Crise

Metalúrgicos da Renault no Paraná entram em greve após empresa demitir quase 750

Sindicato quer retomada de negociação. Empresa afirma que não teve alternativa

Sind. Met. Grande Curitiba
Sind. Met. Grande Curitiba
Logo depois do anúncio dos cortes, trabalhadores aprovaram paralisação

São Paulo – Trabalhadores na Renault em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, entraram em greve ontem (21) à tarde por tempo indeterminado. Foi a reação depois que a empresa comunicou 747 demissões, pouco mais de 10% da mão de obra na fábrica. A montadora “simplesmente informou” sobre as demissões , disse o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, que esperava uma retomada de negociações.

Na última sexta-feira (17), uma assembleia rejeitou proposta que incluía um plano de demissões voluntárias. O sindicato deu prazo de 72 horas para que a Renault voltasse a negociar, mas em vez disso veio o anúncio dos cortes.

“Queremos deixar nosso repúdio pela forma que esta empresa está agindo, mesmo recebendo incentivos fiscais do governo do estado para gerar e também manter empregos”, afirmou o presidente do sindicato, Sérgio Butka. Segundo ele, os metalúrgicos continuarão buscando “uma relação capital-trabalho mais harmoniosa”.

Flexibilidade

Com aproximadamente 7.300 funcionários, a fábrica produz vários modelos, como Sandero Stepway, Logan e Kwid. Tem também uma unidade de motores.

Em nota, a Renault afirmou que adota “soluções de flexibilidade” desde o início da pandemia, para enfrentar a queda nas vendas e a falta de perspectiva de retomada do mercado. “Após realizar todos os esforços possíveis para as adequações necessárias e não havendo aprovação das medidas propostas, não restou outra alternativa”, diz a empresa, anunciando o fechamento do terceiro turno de produção.