Na rua

Por remuneração justa e proteção contra covid, entregadores fazem ato em São Paulo

Trabalhadores pedem taxas mais justas pelo serviço e reivindicam ajuda com itens básicos de proteção

São Paulo – Entregadores de aplicativos realizaram manifestações nesta quarta-feira (1º) circulando pela cidade de São Paulo. Eles paralisaram o serviço, desde as 9h, em protesto por taxas mais justas pelo serviço, e reivindicam fornecimento de itens básicos de proteção à saúde, devido à alta exposição e ao risco de infecção pelo coronavírus.

Por não terem vínculo empregatício com as plataformas de entrega, os entregadores não têm um sindicato que represente a categoria. Mas a mobilização por melhores condições de trabalho recebe apoio de centrais sindicais.

No ato de hoje, motoboys e ciclistas tomaram parte da avenida Brigadeiro Faria Lima e seguiram pela avenida Rebouças, na zona oeste da capital. Por volta das 12h, eles ocuparam a Avenida Paulista e a Rua da Consolação, no Centro.

Os entregadores também fecharam um galpão de distribuição da empresa Loggi, no bairro do Jaguaré, zona oeste. “Jaguaré fechado. Enquanto não melhorarem nossas taxas de entrega, ninguém entra, ninguém sai”, diz um dos trabalhadores, em vídeo postado nas redes sociais. As atividades de outro galpão, na Vila Olímpia, na zona sul, também foram interrompidas.

As manifestações fazem parte da greve nacional dos entregadores, que ocorre nas principais cidades do país. Os trabalhadores dos aplicativos defendem valor mínimo de R$ 2 por quilômetro rodado nas entregas. E exigem o fim dos bloqueios injustificados nas plataformas, entre outras reivindicações.

Paulo Roberto da Silva Lima, o Galo, líder do movimento dos Entregares Antifascistas, afirma que as vidas dos ciclistas e motoboys que fazem os produtos chegarem aos consumidores não valem nada para os aplicativos. “O entregador é descartável. É como na música dos Racionais: o ser humano é descartável no Brasil.”

Outro grupo de profissionais de entregas em domicílio, liderado pela Associação dos Motofretistas de Aplicativos e Autônomos do Brasil, vai se reunir às 16h na Avenida Paulista. A entidade reúne trabalhadores autônomos e informais.