Vai Passar

‘Espero que no próximo 1º de Maio a democracia já esteja de volta’, diz Francis Hime

Banda capixaba Dead Fish canta música que denunciou golpe no Brasil. Leci Brandão defende isolamento e cobrou ação do Estado

Reprodução
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Banda cantou 'Sangue nas Mãos', que fala de um período recente do país. Pouco antes, Francis Hime havia cantado 'Vai Passar', que também fala da história política brasileira

São Paulo – O compositor Francis Hime se apresentou no 1º de Maio virtual das centrais sindicais, por volta de 12h30, cantando uma de suas mais conhecidas parcerias com Chico Buarque, Vai Passar, que repassa um pouco da história recente do país. Ele também manifestou esperança de mudanças políticas. “Espero que no próximo 1º de Maio a democracia já esteja de volta no Brasil”, afirmou Francis, que mais no final do evento cantaria outra parceria com Chico, Meu Caro Amigo.

Apresentados pela atriz Maeve Jinkings, Francis e Olívia Hime interpretaram uma canção de Lenine, Paciência.

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para
A vida não para não

Também cantaram nessa sequência a paraense Aíla, o baiano Lucas Santtana, Stéfano Ferraz e Delacruz, de Vigário Geral, no Rio de Janeiro, interpretando A Meta é Ficar Bem e esperando que as pessoas possam “aproveitar alguma coisa positiva deste momento difícil do mundo”. Por fim, a sambista Leci Brandão cantou Deixa, Deixa. Antes, cobrou do Estado proteção para os trabalhadores e defendeu o isolamento.

“A gente precisa trabalhar, precisa continuar, mas neste momento quero pedir a você que cumpra o que a ciência, a medicina, está pedindo”, disse Leci. “Seja qual for o credo, tenha fé.” Perto do final, ela interpretou Canção da América, de Milton Nascimento.

Quando o passado volta

Depois do samba, veio o hardcore do Dead Fish. A banda capixaba cantou Sangue nas Mãos, crítica forte ao que aconteceu recentemente no Brasil.

Em cada casa, um ponto cego, um cidadão se levantou
Abriu a porta do armário e o preconceito se espalhou
Quando o passado volta à moda em nome de um torturador
O sonho médio é vestir a carapuça do opressor

Entre as apresentações dos artistas, falaram dirigentes de entidades internacionais: Sharan Burrow, secretária-geral da Confederação Sindical Internacional (CSI), e o brasileiro Valter Sanches, da IndustriALL, sindicato global que reúne entidades da manufatura, mineração em 140 países.

“São os trabalhadores que construíram a riqueza do planeta. Muitas dessas mortes (pela pandemia) poderiam ser evitadas, se não fossem as políticas neoliberais que destruíram os sistemas públicos de saúde”, afirmou Sanches, criticando também o presidente Jair Bolsonaro. “Em vez de atacar a pandemia, ataca os trabalhadores e seu povo.”


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