"Barulhaço" às 20h30

Centrais discutirão com governadores medidas contra crise e por empregos

Nos próximos dias, encontros serão com Doria e Zema, de Minas, mas sindicalistas também articulam conversas com o Consórcio do Nordeste

Roberto Parizotti/CUT
Roberto Parizotti/CUT
Além das manifestações de rua, suspensas, centrais apostam no diálogo institucional. À exceção do presidente da República

São Paulo – Depois de conversas com representantes do Legislativo e do Judiciário, além do setor privado, as centrais sindicais vão começar a se reunir com os governadores, para discutir efeitos e medidas contra a crise. Já estão acertadas reuniões virtuais com os governadores de São Paulo, João Doria (PSDB), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e em breve será confirmado um “encontro” com os novos chefes de Executivo estaduais que integram o Consórcio do Nordeste.

De acordo com o presidente da CUT, Sérgio Nobre, o objetivo das centrais é tratar com os governadores medidas de proteção ao emprego e à saúde, especialmente em relação aos trabalhadores em serviços essenciais, como a própria saúde e o transporte. E também, acrescentou, “a importância e urgência de garantir o abastecimento da população com alimentos e produtos de higiene durante a crise sanitária e a quarentena”.

A preocupação se volta para os trabalhadores formais. Por isso, do governo federal as centrais cobram uma linha de crédito – “A fundo perdido, não é empréstimo”, diz o dirigente – para que as empresas, especialmente pequenas e médias, possam se manter e custear a folha de pagamento nos próximos três meses. A contrapartida seria não efetuar demissões durante esse período.

Renda emergencial

Sérgio Nobre destacou a aprovação, ontem (30), no Senado, do projeto de renda emergencial para trabalhadores vulneráveis. “Agora, nossa luta é garantir a efetivação da medida, ou seja, que esse recurso chegue às mãos do povo de maneira rápida. Não podemos ter um processo burocrático, no qual o beneficiado demore 30 dias para receber o dinheiro”, afirmou, lembrando que os sindicatos e a própria central, em seu portal, ajudarão a esclarecer dúvidas.

O líder da CUT fez uma convocação para que todos participem do “barulhaço” de hoje, a partir das 20h30, contra o governo – nesse horário, o presidente da República deverá fazer novo pronunciamento. “Estamos indignados com a postura do Bolsonaro, que nos envergonha por sua irresponsabilidade, ao pedir à população para sair às ruas, arriscando as suas vidas e das suas famílias. É indescritível a irresponsabilidade desse homem.”