MOBILIZAÇÃO

Servidores municipais de São Paulo ocupam Viaduto do Chá e decidem manter greve

Trabalhadores rechaçam secretário de Governo, Mauro Ricardo, que tratou na imprensa como ínfimo o tamanho da greve, além de ironizar proposta de recuperação salarial

divulgação / sindsep
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No levantamento do Sindsep o número de unidades com paralisação total ou parcial subiu de 59 na unidades na quarta-feira (6) para para 80 unidades nesta quinta-feira (7)

São Paulo – “A greve continua”. Essa foi a resposta dada pelo servidores de nível básico e médio da cidade de São Paulo que decidiram manter a mobilização diante da proposta de negociação do prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB). Os servidores estão em greve desde o início da semana. Durante o ato-assembleia que fechou o viaduto do Chá, em frente à prefeitura, na tarde de quinta-feira (7), os manifestantes rejeitaram as propostas apresentadas ao comando de greve e decidiram dar seguimento à paralisação.

Com o Viaduto do Chá lotado, ampla maioria votou pela continuidade da greve. Apenas sete pessoas votaram pela suspensão da mobilização. Com isso, o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais (Sindsep), Sérgio Antiqueira, informou que nesta sexta-feira (8) continuam os piquetes onde já houve adesão e a sensibilização em pontos que não pararam essa semana.

“Segunda-feira (11), às 16h, reunião do Comando de Greve e na terça (12) novo ato-assembleia, às 14h, no viaduto do Chá, para exigir da Prefeitura de São Paulo uma proposta que atenda a categoria”, disse Sérgio Antiqueira, presidente do Sindsep.

De acordo com o dirigente, a secretária de Gestão Malde Maria Vilas Bôas disse não entender na fala do secretário de Governo, Mauro Ricardo, falta de respeito, mas “falta de recursos” para atender às reivindicações. Ricardo tratou na imprensa como ínfimo o tamanho da greve, além de ironizar a proposta de reestruturação apresentada pelos servidores de nível básico e médio, sem aumento salarial desde 2013.

Antiqueira relatou também que os representantes do gabinete de Gestão da Prefeitura sustentam a proposta de reestruturação a ser enviada para a Câmara Municipal excluindo os inativos. “Essa proposta que o governo apresenta, que corta 60% dos trabalhadores, é contra os aposentados.  Portanto, houve a ruptura no processo de negociação [com o governo] e a greve foi o resultado”, disse o sindicalista, ao explicar que não foi aceito o projeto que foi enviado ao Legislativo.

O valor de R$ 100 milhões apresentado na proposta pela Prefeitura equivale a menos de 0,2% de aumento na folha atual de pagamento. Ou seja, a ampla maioria vai ficar sem nenhum reajuste ou valorização em seus salários. Além disso, a proposta da Prefeitura não valoriza a evolução na formação dos servidores e a experiência de trabalho nos postos que ocupamos.

As novas tabelas contidas no novo projeto não atendem às necessidades dos trabalhadores. No entanto, a prefeitura disse que é para atender “quem mais precisa”, o que levou os grevistas a repetirem uma sonora vaia.

A gestão tentou ainda arrastar a continuidade das negociações até o ano que vem. “Nós respondemos que não existe o ano que vem, pois será movido pelo calendário eleitoral. Foi ainda proposto que fizéssemos uma minuta de protocolo de negociação, com o não encerramento das negociações, incluindo o envio agora do projeto de lei no formato que eles estão fazendo para a Câmara”. Todas as propostas foram rejeitadas pelos manifestantes na assembleia.

Luta pela valorização continua

No levantamento do Sindsep o número de unidades com paralisação total ou parcial subiu de 59 na unidades na quarta-feira (6) para para 80 unidades nesta quinta-feira (7). A avaliação do comando de greve é que mais de 8.000 trabalhadores paralisaram totalmente ou parcialmente as atividades nas secretarias, subprefeituras, hospitais e outros equipamentos públicos municipais.

As carreiras do nível básico e médio da prefeitura estão sem verdadeiros reajuste salarial desde 2013. As perdas salariais acumuladas já superam 39%. O abono emergencial do Prefeito Bruno Covas conquistado na greve de fevereiro e março deste ano não atende os servidores aposentados.

Além disso, a prefeitura não convoca os servidores aprovados em concursos quando o déficit ultrapassa a casa de 4 mil trabalhadores.

 

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