Repressão

Brigada Militar do governador Eduardo Leite ataca professores em greve no Rio Grande do Sul

Em paralisação há uma semana, categoria tentou entrar na sede do governo nesta terça (26), mas foi "recebida" com spray de pimenta e golpes de cassetete pela tropa de choque

Luiza Castro/Sul21 - arquivos pessoais/Twitter
Luiza Castro/Sul21 - arquivos pessoais/Twitter
Professores protestam contra reforma administrativa que, segundo a categoria, acaba com o plano de carreira dos servidores

São Paulo –  Professores do Rio Grande do Sul foram atacados pela Brigada Militar, nesta terça-feira (27). Há uma semana de greve, os docentes realizavam uma assembleia de mobilização na Praça da Matriz, no centro de Porto Alegre, e quando foram entrar no Palácio Piratini, sede do governo, para uma reunião com o governador Eduardo Leite (PSDB), foram impedidos com violência pela tropa de choque da Brigada Militar.

De acordo com reportagem do Sul21, o tucano se recusou a receber o comando de greve e o documento com as demandas da categoria no Palácio, aceitando recebê-lo apenas na calçada. Incomodados com a postura do governador, um grupo de pessoas que estava atrás do cordão de isolamento, que separava a entrada da sede, teria se revoltado com a decisão e forçado a entrada. Em resposta, a tropa de choque atacou os manifestantes com spray de pimenta e golpes de cassetete. Diante das cenas de repressão, que durou alguns minutos, a direção do sindicato começou a pedir pelo carro de som que os professores se afastassem do local.

A categoria reivindica a retirada do pacote de reforma administrativa, apresentado na Assembleia Legislativa pelo governador, na semana passada. Segundo os professores, as medidas do tucano acabam com o plano de carreira dos servidores públicos. Mais de 1.500 escolas estão fechadas no estado e a greve só cresce, mesmo com o corte de ponto anunciado pelo governo.

“A ameaça de cortar o ponto é pequena perto de um governo que não paga o salário em dia, que com esse pacote e moral quer simplesmente acabar com toda a qualidade de ensino e desvalorizar totalmente a carreira do professor. Então essa ameaça, para quem não paga o salário a 47 meses em dia, para nós não faz a diferença no momento”, afirma a professora Denise Freitas. Segundo a direção do sindicato, entre 15 e 20 mil pessoas participaram da mobilização.

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