FUTURO

Metalúrgicos do ABC debatem desafios da Indústria 4.0 na atuação e qualificação dos trabalhadores

Indústria 4.0 vai incorporar tudo o que existe de mais moderno em tecnologia. Robôs, inteligência artificial e máquinas interligadas pela internet vão permitir configurar as fábricas inteligentes do futuro

TVT/reprodução
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Avanços tecnológicos são essenciais para o aumento da competitividade da indústria, mas tem impactos sobre o emprego. Metalúrgicos debatem soluções

São Paulo – Os desafios das tecnologias da Indústria 4.0 e seus impactos para o trabalhadores foram tema de debate realizado ontem (26) à noite pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC em sua subsede em Diadema. Essa discussão é importante porque a indústria 4.0 vai incorporar tudo o que existe de mais moderno em tecnologia. Robôs, inteligência artificial e máquinas interligadas pela internet vão permitir configurar as fábricas inteligentes do futuro.

“Indústria 4.0 é um termo alemão que eles utilizam para classificar como sendo a quarta revolução industrial pelos aspectos de transformação que isso tem, tanto na indústria, quanto nos processos de fabricação, e na própria vida do trabalhador, e que isso tem efeitos também em toda a sociedade. A gente muitas vezes se limita a usar o termo indústria, mas por exemplo, nos Estados Unidos eles utilizam manufatura avançada e em muitos lugares se fala em digitalização, muito por conta do uso de elementos, tanto 3D quanto virtuais, com muita presença de dados”, diz o diretor executivo do sindicato Wellington Damasceno, em reportagem do jornalista jô Miyagui, na TVT.

“Hoje não dá para pensar o mundo sem essa conexão”, afirma Claudionor Vieira do Nascimento, coordenador do Sindicato dos Metalúrgicos de Diadema. “É um modelo que já existe, não é uma novidade, e que muda e reconfigura o perfil dos trabalhadores, a forma de produção”.

Essa tecnologia tem aspectos bons e ruins, dependendo do tipo de gestão que faz seu uso. O maior problema é que as indústrias ganham com a produtividade e a redução de custos. E os trabalhadores podem pagar com a redução dos postos de trabalho. “Fala-se muito da eliminação dos postos de trabalho, como sempre se eliminou cada processo evolutivo, mas também se criam novos postos. Mas nós estamos preparados para esses novos postos? Esses novos postos serão criados no Brasil? Serão empregos de qualidade ou serão postos precarizados, de subemprego – porque isso também é um aspecto que se verifica cada vez que há uma revolução”, afirma Wellington.

“Se não tiver uma discussão que leve em consideração uma responsabilidade social por parte da empresa, ele (o trabalhador) sai perdendo. É necessário que se tenha um debate para que frente à implementação dessas medidas se possa discutir a qualificação e formação profissional dos trabalhadores para que não afete tanto na vida social deles”, diz Nascimento.

Na opinião do sindicato, com a chegada dessa tecnologia os trabalhadores terão de se qualificar. Já as pequenas e microempresas enfrentarão um desafio econômico, já que esses avanços tecnológicos custam caro.

“Se você pegar grandes empresas, multinacionais, geralmente eles compram já a tecnologia dos países de origem ou trazem linhas dos países de origem que são mais modernas do que as que existem aqui. E as empresas que têm pouco recurso podem dar alguns saltos tecnológicos, melhorar processos e produtos por meio da inovação”, diz Damasceno.

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