Conferência Nacional

Bancários debatem resistência e defesa dos direitos sociais e trabalhistas

Funcionários de bancos privados, além de BB e Caixa, passam o fim de semana avaliando reações aos ataques e desmandos do governo Bolsonaro

Seeb-SP
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Representantes de trabalhadores de bancos públicos e privados debatem em São Paulo resistência da categoria à retirada de direitos sob governo Bolsonaro

São Paulo – Bancários de todo o país se reúnem em São Paulo a partir desta sexta-feira (2) para a 21ª Conferência Nacional da categoria, que pretende discutir estratégias de defesa aos ataques contra os trabalhadores, representados pela “reforma” da Previdência e pela ameaça de privatização dos bancos públicos pelo governo Bolsonaro. Já a partir desta quinta-feira (1º), funcionários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal iniciam os seus respectivos congressos, também na capital paulista.

Além dos temas da conjuntura nacional, os delegados vão discutir questões específicas da categoria, como o futuro da profissão, os desafios impostos pelos avanços da tecnologia e seus impactos na organização sindical. Usando a tecnologia a seu favor, nesta edição do congresso os bancários  utilizarão um aplicativo para celulares e tablets com todas informações e programação do evento, abandonando os materiais impressos.

A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, destaca conquistas históricas dos bancários, a única categoria com convenção coletiva válida em todo o país. “Temos tudo isso graças à nossa unidade e, mais do que nunca, precisamos nos manter unidos para defender nossos direitos e conquistas, nossos empregos e o direito de nos organizarmos”, afirmou.

Também uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, ela destacou os riscos aos direitos conquistados pelos trabalhadores, não só no Brasil, mas no mundo todo, com os donos do capital buscando esvaziar a força dos sindicatos e movimentos sociais, para ampliarem cada vez mais os lucros. “Esse governo e o Congresso têm pautado a retirada de direitos, como o de se aposentar com dignidade; o direito a uma jornada e um trabalho dignos, atacados agora pela MP 881. Temos que estar unidos, não apenas como categoria, mas no conjunto da classe trabalhadora, e nos preparar para nos defender e cobrar políticas que gerem empregos”, disse Juvandia.

Banco do Brasil

O 30º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (CNFBB) tem como tema a defesa dos direitos dos trabalhadores na era digital e as ameaças de desmonte da instituição, encoberta pelo nome de “reorganização”. Segundo o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB), Wagner Nascimento, a instituição é tem papel de destaque no estímulo a setores como o agropecuário, micro, pequena e médias empresas, educação e a  habitação. “Se a reestruturação não levar isso em conta, toda a sociedade brasileira será prejudicada, mesmo com a utilização das mais diversas ferramentas digitais”, alertou.

Caixa

Com o lema “Todos contra o Retrocesso”, o 35º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa (Conecef) também discute os riscos da restruturação e a ameaça a direitos, além de questões ligadas à condições de trabalho e saúde. “Será fundamental para juntos tirarmos uma estratégia de defesa dos bancos públicos e de luta pela soberania nacional”, afirmou o secretário de Finanças da Contraf-CUT, Sérgio Takemoto.

Com informações da Contraf-CUT

Reprodução/Contraf-CUT

Ameaças do governo Bolsonaro aos direitos dos trabalhadores estão entre os temas principais da conferência