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Conferência dos bancários discute ameaças a toda a classe trabalhadora, diz Juvandia

Presidenta da confederação dos bancários alerta que ataque aos bancos públicos, fechamento de agência e ataques a direitos afetam toda a população

Reprodução
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Juvandia, no estúdio da Rádio Brasil Atual: "Tem 950 municípios brasileiros que só tem agência bancária graças a bancos públicos"

São Paulo – Bancários de todo o país se reúnem em São Paulo a partir desta sexta-feira (2) para a sua 21ª Conferência Nacional. De acordo com a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, o evento não debaterá só o futuro da categoria, mas de todos os trabalhadores do Brasil, ameaçados pela atual conjuntura do governo Bolsonaro.

Nos debates de amanhã, estão previstas à presenças do coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) Guilherme Boulos (que disputou a presidência pelo Psol), do senador chileno Alejandro Guillier, independente, segundo colocado nas eleições presidenciais de 2017, do senador brasileiro Jaques Wagner (PT-BA), do dirigente do MST João Pedro Stedile, do economista Ladislau Dowbor e do ex-ministro da Previdência Carlos Gabas.

Em entrevista à Rádio Brasil Atual, Juvandia explica que a conferência pretende discutir estratégias de defesa aos ataques contra os trabalhadores, representados pela “reforma” da Previdência e pela ameaça de privatização dos bancos públicos pelo governo federal. Ao todo, 700 delegados de todo o Brasil participarão do encontro.

“O ataque aos bancos públicos não afeta só os bancários. A redução das agências afeta toda a sociedade. Tem 950 municípios brasileiros que só tem agência bancária pois são atendidos pelos bancos públicos. As pessoas têm que ir pra outro município pra sacar até a aposentadoria, é uma série de dificuldades”, explicou ela.

Apesar das vitórias pontuais que alteraram o projeto da “reforma” da Previdência, como a retirada do modelo de capitalização da Proposta de Emenda a Constituição (PEC) 6/2019, o projeto ainda estará em pauta, já que as novas regras atingem a categoria. “Vamos discutir o futuro e como seremos afetados. Até a convenção coletiva dos bancários será afetada, pois tem uma cláusula que garante a estabilidade na pré-aposentadoria. Como as regras para a aposentadoria vão mudar, quem estava próximo de se aposentar terá de trabalhar mais tempo”, afirmou.

Desde ontem (1º), os funcionários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal realizam seus respectivos congressos, também na capital paulista. O 30º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil tem como tema a defesa dos direitos dos trabalhadores na era digital e as ameaças de desmonte da instituição, encoberta pelo nome de “reorganização”.  Com o lema “Todos contra o Retrocesso”, o 35º Congresso dos Empregados da Caixa também discute os riscos da restruturação e a ameaça a direitos, além de questões ligadas a condições de trabalho e saúde.

Programação da conferência

Sábado, 3

10h às 13h – Mesa 1 – Análise de conjuntura
Guilherme Boulos, ex-candidato à Presidência pelo Psol
Alejandro Guillier, senador da República do Chile

14h30 às 16h30 – Mesa 2 – Soberania nacional
Jaques Wagner – senador (PT-BA)
João Pedro Stédile, dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
Ladislau Dowbor, professor e economista

16h30 às 18h – Mesa 3 – Reforma da Previdência
Carlos Gabas, ex-ministro da Previdência Social

 

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