História social

Passado, presente e futuro do trabalho, na visão da academia, para quem quiser conhecer

Além de extensa produção de pesquisadores, Laboratório pretende mostrar como as diversas lutas sociais se conectam com o mundo do trabalho

Acervo prof. Felipe Ribeiro
Acervo prof. Felipe Ribeiro
Setor de fiação da Fábrica Andorinhas, no Rio, na década de 1930: história contada por meio do trabalho

São Paulo – Nascido em 2012 e sediado na Escola de Ciências Sociais-Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas (Cpdoc-FGV), o Laboratório de Estudos de História do Mundo do Trabalho (LEHMT) está abrigado agora no Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pretende ampliar o público interessado no tema “nos tempos difíceis que vivemos”. Segundo o criador e coordenador do Laboratório, o professor Paulo Fontes, o debate torna-se ainda mais importante em um período de “políticas revisionistas”, ajudando a mostrar como várias lutas sociais – como as de gênero, raça e etnia – “nasceram vinculadas ao universo do trabalho”.

O universo temático do Laboratório, que pode ser explorado na página lehmt.org, inclui “processos produtivos, as migrações, as conexões do mundo do trabalho com o espaço urbano, a importância do cotidiano, as múltiplas dimensões culturais do universo das classes populares, as disputas políticas, as relações entre capital e trabalho, e ainda a atuação dos movimentos sociais no espaço público e sua interação com as diversas esferas do Estado”. Há uma ampla rede de pesquisadores pelo país, em contato com instituições brasileiras e do exterior.

O Laboratório renovou seu site, que inclui agora áreas sobre a história social do trabalho buscando diversificar o público leitor, tentando despertas mais interesse pelo tema, usando ferramentas diversas. Foi criado, por exemplo, o podcast Vale Mais, disponível em Spotify e outras plataformas, analisando temas da atualidade com viés histórico. O primeiro episódio foi sobre a extinção do Ministério do Trabalho, decretada pela atual governo.  A seção Labuta estreou publicando entrevista com a professora Fabiane Popinigis, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), coordenadora do GT Mundos do Trabalho, da Associação Nacional de História.

Segundo Fontes, um projeto em andamento, com início previsto para agosto, é o Locais de Memória, que trará histórias sobre lugares relacionados à luta trabalhista, em diversos período da história brasileira. Entre os primeiros locais, devem figurar o Cais do Porto de Salvador, palco da chamada greve negra de 1857, o estádio de Vila Euclides (atual 1º de Maio), em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, o primeiro prédio do agora extinto Ministério do Trabalho, no centro do Rio de Janeiro.

 

 

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