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Prefeitura de São Paulo deixa catadores de material reciclável sem trabalho

Gestão Covas lançou edital com restrições burocráticas que inviabilizam o trabalho de cooperativas que há anos mantêm parcerias com o poder público

Adenilson Nunes/Gov Ba
Adenilson Nunes/Gov Ba
Sustento dos catadores está ameaçado pelas exigências nas regras dos editais para continuidade das parcerias

São Paulo – Cooperativas de catadores de material reciclável da capital paulista denunciam que a gestão do prefeito da capital paulista, Bruno Covas (PSDB), cortou a entrega de materiais coletados pela prefeitura, além de criar entraves burocráticos para regularização da documentação dessas entidades. Um edital lançado para dar continuidade à parceria da prefeitura com as entidades definiu regras que não acompanham a realidade vivida pelos trabalhadores. Com a restrição, muitas dessas cooperativas podem fechar deixando milhares de catadores desempregados.

De 49 cooperativas de catadores de material reciclável conveniadas, apenas 22 conseguiram se adequar às regras. As outras 27 não conseguiram toda a documentação necessária e foram desabilitadas. A interrupção do fornecimento de materiais deixou os catadores em dificuldade e cerca de 750 famílias ficaram sem renda. Dois meses atrás a prefeitura de São Paulo ligava dia e noite para a Cooperativa Fênix Ágape para que eles recebessem materiais recicláveis. Agora impera o silêncio.

“Eu mesmo estou com o aluguel atrasado. Água e luz. Está uma dificuldade muito grande na minha vida financeira. A gente está se virando com a graça de Deus e uma pessoas conscientes que continuam entregando o material para nós”, explicou o catador Dinaldo Marinho, em entrevista à TVT.

A Cooperativa de Catadores de Material Reciclável Fênix Ágape garante que o erro foi da prefeitura. “No dia 8 de maio a gente teve uma reunião com a prefeitura. Nós entregamos a documentação. Eu não sei o que aconteceu. Sumiram com a nossa documentação. Enquanto isso a gente continua parado, sem pagar água, sem pagar luz, faltando até comida dentro da nossa casa. E sem falar nos problemas que a gente tem, porque temos as nossas dívidas”, explicou a catadora Francisca Rabelo.

A Cooperativa Catadores de Material Reciclável Filadelphia, formada apenas por mulheres, está na mesma situação. Hoje recicla apenas o que consegue recolher na rua. “Eles não vieram nem saber qual era a nossa situação. Quer dizer que 2010 eles mandavam material a torto e a direito sem se preocupar com qual era a nossa situação. Dentro do edital tem várias burocracias que a gente já sabia que a nossa cooperativa não ia passar”, lamentou a catadora Vanessa de Souza.

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