Violações

Por preconceito, mercado impede acesso da população LGBT ao trabalho formal

Um terço das empresas não contrataria pessoas LGBTs para cargos de chefia, de acordo com pesquisa exposta em seminário da CUT São Paulo e do Dieese

TVT/Reprodução
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Pesquisa mostra ainda que 61% dos entrevistados preferem esconder sua orientação sexual e de gênero por medo de represálias no trabalho

São Paulo – Além de conviver com o preconceito em casa, na escola e no trabalho, a população LGBTI+ também sofre com a falta de empregos formais. Na tentativa de apontar soluções e ações eficazes ao poder público e à iniciativa privada, Dieese e CUT São Paulo promoveram um seminário sobre o tema, nos dias 21 e 22. O evento marcou a chamada semana da diversidade, que antecipou a 23ª Parada do Orgulho LGBTI+ de São Paulo, no domingo (23).

De acordo com dados das entidades, ao menos 18 milhões de pessoas assumidamente LGBTs poderiam se somar à força de trabalho no país mas, pelo preconceito, acabam sendo marginalizadas. Realizado em parceria com o Instituto Lula e a Secretaria Estadual LGBTI+ do PT Paulista, o evento divulgou pesquisa do grupo Santo Caos revelando que 33% das empresas consultadas afirmaram que não contratariam LGBTs para cargos de chefia. Além disso, 61% dos entrevistados disseram preferir esconder a orientação sexual e de gênero por medo de represálias.

À repórter Daiana Pontes, do Seu Jornal, da TVT, a secretária nacional LGBT do PT, Janaína de Oliveira, acrescentou que a falta de empregos formais fica mais evidente quando o preconceito a essa população é associado à discriminação racial. “Você tem a população negra que pouco consegue alcançar os espaços de destaque de poder dentro do ambiente de trabalho, e a população LGBT, que todo mundo acha que tem de ser cabeleireiro, manicure ou estar na prostituição”, contesta Janaína.

Para o professor da rede pública de ensino Luciano Santos, além da oferta de políticas públicas mais eficazes no combate ao preconceito, a educação é a principal forma de tornar a sociedade mais justa e inclusiva. “Nós vivemos em uma sociedade completamente heteronormativa e isso se reflete na escola (…) é preciso conversar com estudantes para que eles tenham em si a diversidade (…)”, afirma.

Assista à reportagem da TVT