14 de junho

Greve geral: trabalhadores da saúde também vão parar na sexta-feira contra desmonte na Previdência

Apenas serviços de urgência e emergência vão funcionar nos hospitais e prontos atendimentos. Categoria é majoritariamente formada por mulheres, as mais atingidas pelo projeto de "reforma"

Paulo Guereta/Photo Premium/Folhapress
Paulo Guereta/Photo Premium/Folhapress
Além de protestar contra a reforma da previdência, os trabalhadores da saúde denunciam o desmonte no SUS no governo Bolsonaro

São Paulo – Trabalhadores da saúde que atuam em hospitais, prontos atendimentos, unidades básicas de saúde (UBS), Unidades de Pronto Atendimento (UPA), entre outras, vão paralisar as atividades na greve geral contra a reforma da Previdência proposta pelo governo Bolsonaro, na próxima sexta-feira (14). Apenas serviços de urgência e emergência vão funcionar nos hospitais e prontos atendimentos. Os profissionais de saúde ressaltam que, no serviço público, as regras propostas prejudicarão principalmente as mulheres, pois terão que trabalhar sete anos a mais do que é determinado atualmente e só terão direito a 60% do valor do benefício. E para conquistar o direito à aposentadoria integral, terão que contribuir por 40 anos.

“A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019 prejudicará a população mais pobre, os trabalhadores, as mulheres, professores, trabalhadores rurais e os que recebem benefício assistencial. A reforma tem por objetivo acabar com a aposentadoria, aumentando a idade para homens e mulheres, além de diminuir e congelar o valor dos benefícios. Ao trabalhador está imposta a conta que não é dele. A CNTS entende que a unidade dos movimentos sindical e social se faz necessária e urgente para mobilizar o Congresso Nacional a alterar a proposta do governo Bolsonaro”, defendeu a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde, convocando os profissionais de todo o país a greve geral.

Para o Fórum Sindical dos Trabalhadores, do qual a CNTS faz parte, “a reforma da Previdência é totalmente abusiva, só beneficia apenas o mercado financeiro. Uma afronta ao povo brasileiro. Por isso, decidiram somar forças e fazer essa convocação nas redes sociais para que todo movimento sindical se junte em prol do equilíbrio”. A ideia de equilíbrio é que se defenda o futuro da previdência social, sem repetir os erros do passado. Os trabalhadores também vão aproveitar a paralisação para dialogar com a população sobre os ataques do governo Bolsonaro contra o Sistema Único de Saúde (SUS).

Em São Paulo, além da saúde, a adesão do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (Sindsep) conduz a paralisação nas áreas de cultura, serviços – como cemitérios, zeladoria e obras – e outros da gestão municipal. O Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde do Estado de São Paulo (SindSaúde-SP) também vai aderir à greve geral. “Diante da eminente perda de direitos conquistados a duras penas ao longo de décadas de lutas que custaram suor, sangue e vidas, a decisão da categoria já em março, que bravamente lutou na cidade por seus direitos, foi de aderir ao calendário nacional de lutas, inclusive para a construção da greve geral”, diz o Sindsep.