14 de junho

Greve geral: do ensino básico à universidade, educação para contra PEC da Previdência

Sindicatos que organizam trabalhadores na educação, desde a creche ao ensino superior, aprovaram adesão à paralisação nacional na sexta-feira

Reprodução/BDF
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Professores vão se mobilizar contra a reforma da previdência e os cortes de recursos na educação

São Paulo – Sindicatos que representam trabalhadores da educação, desde o ensino básico até a universidade, aprovaram adesão à greve geral da próxima sexta-feira (14), contra a “reforma” da Previdência proposta pelo governo Bolsonaro, via proposta de emenda à Constituição (PEC). Creches, pré-escolas, unidades de ensino fundamental e médio, bem como as faculdades e universidades, das redes pública e privada, vão ter as atividades suspensas. A reforma prejudica todos os trabalhadores, mas em especial os professores. Eles exigem o fim dos cortes de recursos na educação. Além da greve, haverá manifestações em vários locais do país. Em São Paulo, o ato será as 16h, no vão livre do Masp, na Avenida Paulista.

O texto prevê que docentes terão de alcançar a idade mínima de 60 anos para a aposentadoria. Além disso, o tempo mínimo de contribuição será de 30 anos, para receber apenas 80% do salário-benefício. Para ter direito a 100%, será preciso contribuir por 40 anos. Hoje, os professores conseguem se aposentar com valor integral a partir dos 50 anos e com 25 anos de contribuição, no caso das mulheres, 55 anos e 30 anos de contribuição para os homens.

“Temos que levar em conta que os professores trabalham em quatro, cinco, seis escolas. E terão que fazer isso por 40 anos. A greve geral do dia 14 de junho é fundamental para derrotar a Reforma da Previdência e também para dizer não ao corte de verbas da Educação, desde a creche até a pós-graduação”, avaliou a presidenta do Sindicatos dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), a deputada estadual, Maria Izabel de Azevedo Noronha, a Bebel (PT).

Em âmbito nacional, cerca de 4,5 milhões de trabalhadores da educação pública devem parar na greve geral, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). “O protesto é em defesa da educação pública e de qualidade, contra os cortes de verbas, pela aposentadoria e por mais empregos”, defende a organização. O presidente da CNTE, Heleno Araújo, defende que nenhuma escola pública deste país deve funcionar, mas que os alunos não serão prejudicados: “A categoria tem um compromisso histórico de lutar por direitos sem prejudicar os alunos e em todas as paralisações se preocupa com um planejamento especial de reposição de aulas”, afirmou.

Os trabalhadores das escolas particulares também vão aderir. “A reforma proposta por Bolsonaro vai acabar progressivamente com as aposentadorias públicas e privatizar o sistema previdenciário. O governo quer implantar o regime de capitalização, pelo qual patrões e governos deixarão de contribuir para a Previdência, que passa a ser bancada exclusivamente pelos trabalhadores e gerida pela iniciativa privada. Quem não tiver poupança, não se aposenta”, destacou a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee). Estão confirmadas paralisações dos professores em 33 escolas particulares da capital paulista.

As entidades estudantis também convocaram os alunos a participar da paralisação. A União Nacional dos Estudantes (UNE) vê a greve também como continuidade da luta dos estudantes contra os cortes de recursos. “Diante do quadro de recrudescimento dos direitos dos estudantes e trabalhadores, a União Nacional dos Estudantes prepara uma greve geral para o próximo dia 14 de junho em todo o país. O movimento, impulsionado pelas últimas grandes manifestações contra os cortes na educação, promete continuar a luta e ainda rechaçar a alta do desemprego no país e a tentativa de reforma da previdência do governo Bolsonaro”, diz a entidade.

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