fim da política do salário mínimo

Vagner Freitas: ‘Bolsonaro engana seus eleitores’

“Todas as medidas anunciadas pelo governo até agora são de arrocho salarial e previdenciário. E mais, todas foram em benefício do patrão e prejuízo para o trabalhador”, aponta presidente da CUT

Roberto Parizotti/CUT

‘“Ele disse que faria um governo diferente e está fazendo igual a todos os presidentes de direita como ele”

São Paulo – Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, o fim da política de valorização do salário mínimo, previsto no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2020, enviado pelo governo ao Congresso Nacional, é mais um ataque de Bolsonaro aos trabalhadores. “Todas as medidas anunciadas pelo governo até agora são de arrocho salarial e previdenciário. E mais, todas foram em  benefício do patrão e prejuízo para o trabalhador”, diz Vagner ao portal da entidade.

Segundo o presidente da central, Bolsonaro “engana seus eleitores” ao promover medidas que contrariam a expectativa de boa parte daqueles que o apoiaram. “Ele disse que faria um governo diferente, para melhorar a condição do povo pobre e está fazendo igual a todos os presidentes de direita como ele, está tirando o pão da boca dos trabalhadores.”

Reação

A decisão do governo também repercutiu entre os movimentos sociais e no Congresso Nacional. O líder do MTST (sem-teto) e ex-candidato à Presidência da República pelo Psol, Guilherme Boulos, se manifestou em seu perfil no Twitter. “Bolsonaro acaba com a política de valorização do salário mínimo. A partir de 2020, só haverá a reposição da inflação, sem aumento real. Se o Congresso tiver dignidade vai barrar esse absurdo. Se não, caberá ao povo tomar as ruas e barrar na marra.

Com altíssimo desemprego, o salário mínimo é o sustento das famílias: 80% dos brasileiros, direta ou indiretamente, dependem dele. O Brasil é um dos países que mais concentra renda. O lucro dos bancos (2018) foi de R$ 100 bi. Enquanto isso, o governo acaba com a política do SM: Inflação + PIB”, destacou também na rede social o senador Paulo Paim (PT-RS).

O economista Marcio Pochann, presidente da Fundação Perseu Abramo, destaca que a medida contribui ainda mais para o atual quadro de estagnação. “Mais água fria no desaquecimento da economia nacional, com o fim do Moderfrota que financiava a compra de equipamentos agropecuários pelo BNDES e o abandono do aumento real do salário mínimo. Se no 4° trimestre de 2018, o PIB subiu 0,1%, no 1° trimestre de 2019 pode ser ainda menor.”

 

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