São Paulo – O Ministério Público do Trabalho (MPT) promoveu, de segunda-feira (1º) a sexta-feira (5), uma força-tarefa para inspecionar alojamentos e Centros de Treinamento (CTs) de atletas mirins em seis estados do país. Foram identificadas estruturas precárias, ausência de proteção contra incêndios e outras irregularidades.

A iniciativa encontra eco no incêndio de fevereiro, no CT do Flamengo, o Ninho do Urubu, na capital fluminense. O MPT informou que trabalha para garantir o pagamento das indenizações devidas às famílias dos 10 mortos na ocasião. Falhas de estrutura foram identificadas como determinantes para o tamanho da tragédia. Ainda no Rio de Janeiro, o órgão registrou problemas em instalações elétricas e edificações em outros clubes importantes.

“As irregularidades encontradas ainda serão detalhadas nos relatórios oficiais das operações e, posteriormente, as instalações de outros esportes também poderão ser objeto de investigação”, disse a procuradora do MPT Patrícia Sanfelici, que atuou na coordenação da operação. 

Foram inspecionadas estruturas, além do Rio de Janeiro, no Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Na capital gaúcha, foram averiguados Grêmio e Internacional, e não foram identificados problemas nestes dois clubes.

Já no Ceará, o MPT informou que “entre as constatações imediatas, está o fato de que nenhum dos dois clubes cearenses averiguados apresentou certificado de conformidade de proteção contra incêndios”, além da falta de projeto elétrico. No estado, foram vistoriados o Esportivo do Nordeste e o Ferroviário Atlético Clube.

Por fim, o órgão explica que “a iniciativa é resultado de força-tarefa formada por procuradores representantes das Coordenadorias Nacionais de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente (Coordinfância) e de Defesa do Meio Ambiente de Trabalho (Codemat), do MPT, criada após o incêndio no Centro de Treinamento do Flamengo, para reforçar a atuação dos órgãos de fiscalização no setor”.