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Eletricitários pedem a demissão de presidente da Eletrobras

Sindicato alerta que Wilson Pinto Ferreira Júnior cometeu irregularidades em sua gestão e possui laços estreitos com ex-presidente Michel Temer

MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

Por R$ 2 milhões, Wilson Pinto contratou uma empresa de mídia para fazer publicidade negativa da própria empresa que dirige

São Paulo – Trabalhadores da Eletrobras pressionam o governo Jair Bolsonaro a demitir o presidente da estatal, Wilson Pinto Ferreira Júnior. Entre os motivos alegados pelos eletricitários estão irregularidades na gestão e a ligação com o ex-presidente Michel Temer, que responde a acusações de corrupção no setor. Ele assumiu o comando da estatal, por indicação do então ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, em 2016.

Entre as irregularidades apontadas pelo Coletivo Nacional dos Eletricitários, Wilson tentou aumentar o próprio salário, no ano passado, em 46% e acumula cargos, contrariando o estatuto da empresa.

Uma das maiores polêmicas, entretanto, foi recebeu uma advertência formal da Comissão de Ética da Presidência da República, em 2017, por ter anunciado que iria cortar 40% dos servidores, acusando-os de vagabundos e safados.

Uma carta aberta dos eletricitários foi encaminhada ao governo pedindo a sua saída. “Não tem sentido o governo, que assumiu com um discurso de fazer uma limpeza de tudo aquilo que ele entendia como irregular, manter o presidente da Eletrobras, que é uma indicação do governo passado”, disse Emanuel Mendes, diretor do Sindicato dos Eletricitários do Rio de Janeiro, ao repórter Uélson Kalinoviski, da TVT.

A própria ligação de Wilson Pinto com o ex-presidente Michel Temer, que chegou a ser preso e responde a processo de corrupção no setor de energia, também foi questionada. “Justamente por isso que Temer foi preso, então não tem sentido você manter um gestor deste, indicado por Temer”, acrescentou Emanuel. 

Os trabalhadores da Eletrobras também lembra Wilson Pinto teria contratado uma empresa de mídia para fazer publicidade negativa da estatal, com objetivo de enfraquecer a imagem da empresa e forçar sua privatização – uma situação que agradaria setores econômicos do governo Jair Bolsonaro.

“É uma pessoa que tem o apoio do ministro da economia, Paulo Guedes. A situação do Wilson Pinto nem passa pelo Ministério de Minas e Energia, que não manda em nada na Eletrobras. Quem está mandando lá é Paulo Guedes, impulsionado pelo mercado”, alertou o diretor sindical.

Assista à reportagem do Seu Jornal, da TVT

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