Esperança

Metalúrgicos vão aos EUA para reunião com Ford e recebem solidariedade

Empresa precisa 'acreditar em São Bernardo e no Brasil', diz sindicalista. Enquanto eles se reúnem com a matriz, trabalhadores farão ato ecumênico e passeata no ABC

Facebook Wagner Santana

Metalúrgicos vão até o aeroporto apoiar representantes que se reunião amanhã com a Ford nos Estados Unidos

São Paulo – Três representantes dos metalúrgicos do ABC paulista viajaram ontem (5) para os Estados Unidos, para uma decisiva reunião amanhã à tarde (15h locais, 17h de Brasília) com a direção mundial da Ford. Duas semanas atrás, a empresa anunciou o fechamento, até o final do ano, da fábrica de São Bernardo do Campo. Enquanto tentam reverter a decisão, os trabalhadores fazem, também amanhã, ato ecumênico seguido de passeata pela região central da cidade.

Eles também estão recebendo solidariedade internacional. O presidente do UAW, o sindicato dos trabalhadores norte-americanos no setor automobilístico, Gary Jones, escreveu carta manifestando apoio aos companheiros da Ford.

“Sabemos que a empresa tomou a decisão unilateral de fechar a fábrica sem negociar com o sindicato. O UAW está muito familiarizado com tais anúncios, já que estamos enfrentando uma situação semelhante com a General Motors nos EUA”, diz a carta, endereçada ao presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM-CUT), Paulo Cayres. “Nós faremos tudo que estiver ao nosso alcance para exigir que a Ford se envolva com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC em negociações significativas para salvar os milhares de empregos nessa fábrica.” A unidade tem 4.330 funcionários, incluindo aproximadamente 1.500 terceirizados.

Foram para a reunião em em Dearborn (Michigan) o presidente do sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, o ex-presidente da entidade Rafael Marques, agora à frente do Instituto Trabalho Indústria e Desenvolvimento (TID), e o coordenador-geral de representação na fábrica, José Quixabeira de Anchieta, o Paraíba. No embarque, no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, eles tiveram apoio de dezenas de metalúrgicos.

“Não tem preço a recepção que vocês deram aqui no aeroporto”, afirmou Rafael, em vídeo postado nas redes sociais. Ele afirmou que haverá “uma agenda dura, difícil”, nos Estados Unidos, mas falou “em disposição, garra, esperança, militância, fé, vontade” para reverter a decisão. Segundo o metalúrgicos, a Ford precisa “acreditar em São Bernardo, acreditar no Brasil”.