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Metalúrgicos do ABC reúnem-se com Mourão e esperam apoio federal

Representantes dos trabalhadores também conversam com governador Doria. Na semana que vem, o encontro será com a direção mundial da empresa

romério cunha / vpr

Sindicalistas com o vice-presidente: ‘Empresa se beneficiou e agora deu as costas para o país’

São Paulo – Na mobilização para que a Ford mantenha sua fábrica em São Bernardo do Campo, os metalúrgicos do ABC foram hoje (1º) conversar com o vice-presidente da República, Hamilton Mourão. Segundo o presidente do sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, ele “foi sensível ao tema e se comprometeu a nos ajudar”. Na semana passada, a empresa anunciou que fechará a unidade até o final do ano. Trabalham ali 4.330 funcionários, entre funcionários diretos e terceirizados.

O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM-CUT), Paulo Cayres, que também participou do encontro, disse que o vice-presidente recebeu documentos mostrando incentivos recebidos pela empresa nos últimos anos, entre outros dados. “Entendemos que ela se beneficiou disso e agora vira as costas para o país”, afirmou o dirigente, para quem Mourão “foi muito receptivo” e relataria a reunião ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Economia, Paulo Guedes.

O líder cutista também destacou o impacto que um eventual fechamento da fábrica teria não só para os trabalhadores da Ford, mas para toda a economia, atingindo perto de 30 mil pessoas apenas na cadeia produtiva.

Cayres acredita que a mobilização, nacional e internacional, tenha surpreendido a montadora. “A Ford achava que íamos ficar isolados”, comentou, lembrando que representantes dos metalúrgicos seriam recebidos, também hoje, pelo governador paulista, João Doria (PSDB). “Sou representante dos trabalhadores, independentemente de quem eles votaram.”

Na próxima quinta-feira (7), os metalúrgicos têm reunião com a direção mundial da Ford, nos Estados Unidos. No mesmo dia, os trabalhadores participam de ato ecumênico seguido de passeata em São Bernardo. No dia 12, eles farão assembleia para avaliar o resultado do encontro. 

Além de Wagnão e Cayres, estiveram na reunião de hoje em Brasília o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, e o integrante do comitê sindical da Ford Adalto de Oliveira, o Sapinho.

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