Resistência

Às voltas com a Ford, metalúrgicos garantem permanência de outra fábrica

Fabricante de autopeças havia anunciado fechamento de unidade em Rio Grande da Serra, mas decidiu ficar após negociação com sindicato e prefeitura

Adonis Guerra/SMABC

Trabalhadores e sindicato comemoram a permanência de fabricante de autopeças na região do ABC

São Paulo – Enquanto lidam com a ameaça de fechamento da Ford em São Bernardo do Campo, os metalúrgicos do ABC conseguiram garantir a permanência de outra fábrica na base: a Dura Automotive, empresa do setor de autopeças com aproximadamente 300 funcionários. A Dura havia anunciado o fim das atividades da unidade de Rio Grande da Serra, mas decidiu continuar no município. Uma decisão tomada após longo processo de negociação, que envolveu o sindicato e o poder público.

“Nossa negociação só foi vitoriosa porque conseguimos agir juntos: sindicato, prefeitura e trabalhadores. Vocês, companheiros, foram fundamentais, vocês respaldaram a gente, seguindo as orientações do sindicato, só conseguimos reverter a decisão com apoio de vocês”, afirmou o coordenador regional do sindicato Marcos Paulo Lourenço, o Marquinhos, em assembleia realizada ontem (12) à tarde. O prefeito Gabriel Maranhão (sem partido) também participou. A Dura é uma empresa importante para a economia do município, que em 2016 contava com 4.300 trabalhadores ocupados, segundo o IBGE.

Durante a assembleia, o presidente do sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, leu uma carta do gerente global, Tyrone Jordan, confirmando a decisão de permanecer em Ribeirão Pires. Desde janeiro, os metalúrgicos conversavam com o prefeito e empresas do setor automobilístico. O ponto de partida foi a aprovação de um plano de recuperação, que incluiu reajuste no plano de saúde e revisão do valor da participação nos lucros ou resultados (PLR) e do índice de reajuste salarial, além do IPTU. 

“A primeira conversa que tivemos aqui foi ressaltando que o caminho não seria individual e sim coletivo, mas com o comprometimento de cada um de nós. A luta que nós fizemos aqui foi extraordinária. Reverter esse fechamento, numa situação de crise, não foi fácil. Parabéns aos trabalhadores”, disse Wagnão.