2019

Ivone Silva: ‘Eles sabem que a população não concorda com a privatização’

Em sua coluna no Youtube, presidenta do Sindicato dos Bancários destaca notícias sobre temas que afetam os direitos do trabalhadores, como ameaça aos bancos públicos e à Justiça do Trabalho

CUT/RS

Para dirigente, Brumadinho mostra que Vale não se preocupa nem com meio ambiente, nem com trabalhadores

São Paulo – A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, destacou algumas notícias deste início de 2019 que afetam ou podem vir a afetar diretamente a vida e os direitos dos  trabalhadores. Entre elas, a fala do secretário de Desestatização e Desinvestimentos do governo de Jair Bolsonaro, Salim Mattar, durante participação em evento do banco Credit Suisse, na semana passada.

Mattar disse a banqueiros que Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal são as únicas empresas que devem permanecer em poder do Estado. “Somente estas três deverão permanecer, e bem magrinhas”, garantiu.

“Esse ‘bem magrinhas’ significa redução de custos, de funcionários e de serviços à população. Eles sabem que a população não concorda com a privatização dessas empresas, essenciais para o país”, disse Ivone.

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A dirigente lembrou ainda da continuidade dos ataques aos direitos dos trabalhadores – iniciada pelo governo Temer como a “reforma” trabalhista e a lei das terceirizações – com o fim do Ministério do Trabalho e o risco de extinção da Justiça do Trabalho, como meios de acelerar a desregulação do mundo do trabalho.

Ivone observa que a Justiça Trabalhista não prejudica os empregadores. “Sabemos que ela é muito importante no país, ainda, porque a maioria das ações de antes da reforma trabalhista era de trabalhadores que estavam apenas querendo receber seus direitos, como rescisão, FGTS, que muitas vezes não foi depositado.”

Ela comentou também a tragédia de Brumadinho. “Infelizmente vimos um crime ambiental. O foco da Vale são apenas os seus acionistas. Ela não tem se preocupado nem com o meio ambiente, nem com a vida de seus trabalhadores.” 

Segundo Ivone, o desmonte do Ministério do Trabalho, da Justiça do Trabalho e da fiscalização “também causa tragédias como essa”. “Os trabalhadores muitas vezes morrem nessas tragédias. Por isso é importante ter órgãos fiscalizadores”, disse. “Não dá para deixar a vida dos trabalhadores e da população na mão dos empresários, ou dos acionistas. Por isso somos contrários à perda de direitos, o desmonte do Estado de proteção aos trabalhadores que eles têm feito.”

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