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Ivone Silva e a reforma da Previdência: ‘Vamos trabalhar até morrer’

Em vídeo, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo mostra como as alterações na aposentadoria vão prejudicar os trabalhadores e chama categoria para assembleia das centrais, no dia 20

Sind. Bancários SP/youtube/reprodução

Ivone Silva, dos Bancários de São Paulo: ‘Em países que adotaram a capitalização, aposentados recebem metade de um salário mínimo’

São Paulo – Em sua coluna no Youtube, a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, comenta a proposta do governo federal, vazada pela imprensa, sobre mudanças nas regras de aposentadoria. De forma didática, Ivone abre seu vídeo mostrando mostra como se dão as contribuições dos trabalhadores com carteira assinada e dos autônomos, assim como o Estado arrecada para contribuir com sua parte. “É quando pagamos nossos impostos. Tem impostos cobrados de várias formas que vão para a Previdência Social”, explica. Uma terceira parte das contribuições à Previdência é feita pelas empresas empregadoras.

Ivone relata a seguir as principais mudanças anunciadas pelo governo Bolsonaro até agora: a mesma idade mínima para a aposentadoria de homens e mulheres (aos 65 anos) e depois de 40 anos de contribuição, além da adoção do sistema de capitalização, em que cada trabalhador ou trabalhadora é responsável por economizar recursos para sua própria aposentadoria.

A presidenta alerta que as medidas são prejudiciais aos trabalhadores. “Não concordamos com a questão da idade. Temos ainda, no Brasil, muitas mulheres recebendo menos do que os homens e, mais que isso, sabemos da dupla e até da tripla jornada das mulheres.”

Sobre a idade mínima para a aposentadoria, ela mostra porque a alterações desejadas pelo governo vai fazer o brasileiro “trabalhar até morrer” e lembra que diversos estudos comprovam que a expectativa de vida do brasileiro não é a mesma em todo o país e varia conforme a região, com desigualdades significativas até mesmo entre moradores das mesmas cidades. “É uma diferença enorme entre quem mora na zona sul de São Paulo, por exemplo, e quem mora no Morumbi.”

Ao criticar a proposta de capitalização para as aposentadorias, Ivone Silva aponta já haver exemplos concretos de países que adotaram o modelo e que “hoje estão revendo isso, porque os trabalhadores (aposentados) estão recebendo hoje metade do salário mínimo (do respectivo país)”. Ela alerta também para o risco de o trabalhador “guardar o seu dinheirinho todo mês” em contas bancárias de empresas privadas, que podem simplesmente deixarem de existir quando chegar a hora – depois de até 40 anos – de sacar suas economias.

A sindicalista encerra o vídeo convocando os bancários de São Paulo a participar da assembleia do próximo dia 20, organizada pelas centrais sindicais, na Praça da Sé, centro da capital, para mostrar repúdio e resistência a mais um pacote de medidas prejudiciais aos trabalhadores.

Ela também informa que o sindicato já se mobiliza para esclarecer a categoria sobre o riscos da reforma da previdência pretendida pelo governo Bolsonaro. “Vamos também lançar consultas para saber de você, bancário: o que você fará para conseguir se aposentar e não morrer trabalhando?”

Assista a íntegra do vídeo de Ivone Silva, publicado no canal do Sindicato dos Bancários: