Corte de direitos

Funcionários da GM em Gravataí também repelem proposta da empresa

Montadora quer reduzir o valor do piso salarial (o corte varia conforme a fábrica), congelar prêmio de participação, aumentar jornada, terceirizar e adotar o trabalho intermitente

Sind. Met. SJC

Assembleia dos metalúrgicos da GM em São José: parte da proposta da empresa tem como modelo a ‘reforma’ trabalhista

São Paulo – Depois dos metalúrgicos de São José dos Campos e São Caetano do Sul, em São Paulo, foi a vez dos trabalhadores na General Motors em Gravataí (RS) rejeitarem proposta de redução de custos apresentada na semana pela empresa. Segundo o sindicato da cidade gaúcha (filiado à Força Sindical), os 21 itens da GM foram rejeitados em assembleia na manhã desta terça-feira (29). A montadora, que é líder de mercado e recentemente anunciou investimentos, ameaçou deixar o país caso seus resultados não melhorem.

“Fizemos pela manhã um ‘trancaço’ no portão de entrada. Vamos conversar com os trabalhadores do turno da tarde e não descartamos outras ações semelhantes”, afirmou o diretor do sindicato Noeldi Leal Trindade, o Nando. A fábrica de Gravataí, onde são produzidos os modelos Onix e Prisma, tem aproximadamente 3 mil funcionários diretos.

De acordo com os metalúrgicos, a proposta inclui redução em torno de 17% no piso salarial para novos funcionários, para R$ 1,3 mil – o atual é de R$ 1.573 – e jornada semanal de 44 horas também para futuros contratos, ante 40 horas dos que estão hoje na fábrica. O programa de participação de resultados (PPR) seria revisto: nada neste ano, 50% no ano que vem e 100% em 2021.

O “pacote” da GM tem ainda suspensão por 12 meses da contribuição da empresa para previdência e alterações no plano médico, implementação do trabalho intermitente e jornada especial no regime de 12 por 36 horas.

Em São Caetano, no ABC paulista, o corte no piso seria de 10%, de R$ 1.780 para R$ 1.600, algo “inegociável”, segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do município (também da Força), Aparecido Inácio da Silva, o Cidão. A empresa, que não se manifesta, quer ainda acabar com a estabilidade para trabalhadores com doenças profissionais e com o transporte fretado.

Na fábrica de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, a GM apresentou uma lista com 28 itens, aumentando jornada, reduzindo o piso salarial – nesse caso, de R$ 2.300 para R$ 1.600, um corte de 30% – e adicional noturno e ampliando a terceirização. Parte da proposta é inspirada na “reforma” trabalhista. O sindicato é ligado à CSP-Conlutas.

 

 

 

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