conhecimento

Metalúrgicos levam curso sobre política e trabalho ao chão de fábrica

Trabalhadores da Volkswagen em São Bernardo, Taubaté e São Carlos participaram nesta segunda-feira (10) de aula inaugural que debateu o momento eleitoral e os efeitos da dinâmica econômica

TVT/REPRODUÇÃO

Curso é promovido pela CNM/CUT e a FEM/CUT-SP, em parceria com a Universidade Federal de São Carlos

São Paulo – Trabalhadores da Volkswagen, em São Bernardo do Campo, participaram nesta segunda-feira (10) do curso Política e Trabalho – Democracia, Participação e Ação Sindical. A aula inaugural teve como um dos objetivos permitir o acesso ao espaço universitário e, entre os temas abordados, a situação política atual foi destaque.

O curso reuniu representantes do comitê sindical de empresa, trabalhadores aposentados e dirigentes dos sindicatos dos Metalúrgicos de Taubaté e de São Carlos, no interior de São Paulo. “Trazer a universidade para dentro da fábrica, trazendo uma visão de fora, é muito importante pois leva mais clareza nas nossas decisões futuras”, explica Wagner Lima, coordenador do Comitê Sindical, à repórter Michelle Gomes, da TVT.

A professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Vera Cepêda foi a convidada da primeira aula. Em sua análise, a docente traçou um histórico eleitoral no Brasil. Ela falou sobre como a economia produz efeitos que contribuem para o surgimento de conflitos políticos.

“Se vivemos numa sociedade moderna, estamos falando de uma sociedade de trabalhadores para quem a ideia da sobrevivência depende do salário, que por sua vez depende da existência de um posto de trabalho numa cadeia produtiva organizada em termos nacionais. Então, é impossível dissociar a dinâmica econômica dos conflitos políticos. O problema é que nos últimos 150 anos é muito visível que o capitalismo cresce com aumento de produtividade, ganho que não é repassado para nenhuma outra estrutura da sociedade”, afirma Vera.

O curso é promovido pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM-CUT) e a Federação dos Metalúrgicos no estado (FEM/CUT-SP), em parceria com a UFScar. “A valorização do voto para o chão de fábrica é muito importante, então você alimenta o nosso povo, dá qualidade para enfrentar um debate no chão de fábrica e vencer esses desafios que estão dados”, diz José Roberto Nogueira, o Bigodinho, secretário de Formação da confederação.

Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC), Wagner Santana, o Wagnão, é fundamental avaliar o papel da mulher na eleição deste ano e a reação ao discurso de ódio. “Vai ser extremamente importante o voto feminino nessa eleição, se confirmada essa possibilidade de um Bolsonaro, representando a extrema-direita, e a nossa candidatura do outro lado”, comentou Wagnão durante a aula.

A intenção dos organizadores é levar esse debate para outras fábricas e conscientizar os trabalhadores sobre a importância do voto. O vice-presidente do sindicato do ABC e presidente da CNM-CUT, Paulo Cayres, pontuou a relevância do debate. “Esse é um tema extremamente relevante e atual. Só por meio da formação vamos conseguir nos libertar, conscientizando o povo que está anestesiado.”

Assista à reportagem do Seu Jornal, da TVT:

Leia também

Últimas notícias