Justiça do Trabalho

TRT de São Paulo tem primeira presidenta negra, que pede unidade

'Já temos muitos inimigos', diz Rilma Hemetério, eleita nesta quarta-feira (1º)

Reprodução

A presidenta eleita do TRT disse que sua vitória pertence às mulheres e a seus antepassados

São Paulo – Eleita nesta quarta-feira (1º), a primeira presidenta negra do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2, que abrange a Grande São Paulo e a Baixada Santista), Rilma Aparecida Hemetério, pediu unidade. “Precisamos nos unir, porque inimigos já temos, e muitos”, afirmou, logo depois da eleição, que escolheu também os novos vices administrativo e judicial, além do corregedor.

O TRT-2 é o maior do país. Em 2017, recebeu 470.830 novas ações, ante 488. 646 no ano anterior, resultado influenciado pela nova lei trabalhista. A 2ª Região concentra 500 magistrados e 5.500 servidores.

Eleita em primeiro turno, com 46 de 87 votos, Rilma formou-se na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Foi promotora no Ministério Público de Minas Gerais e iniciou a carreira na Justiça do Trabalho em 1976, como atendente judiciária. Foi aprovada na magistratura em 1981. “É uma vitória que pertence às mulheres, aos meus antepassados”, afirmou. “Também será um legado para as gerações futuras.”

Rilma declarou ainda que não há diferença entre trabalho de homens e mulheres – existe, segundo ela, trabalho competente e reconhecido. “Tanto que hoje, a ‘menina do balcão’, como eu era chamada, vai dirigir o maior tribunal trabalhista do país”, lembrou.

Jucirema Maria Godinho Gonçalves será a vice-presidente administrativa, enquanto Rafael Edson Pugliese Ribeiro assumirá a vice judicial. Luiz Antonio Moreira Vidigal foi eleito corregedor regional. A nova direção estará à frente do TRT até 2020.