Sem proposta, banqueiros vão empurrar categoria para a greve, dizem bancários
Em nova reunião, realizada hoje, mais uma vez a Federação Nacional dos Bancos não ofereceu aumento real
Publicado 17/08/2018 - 17h09
São Paulo – “Ou apresentam proposta decente com aumento real e manutenção dos direitos, ou estarão empurrando a categoria para a greve.” Assim a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, resumiu a reunião de hoje (17) entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), sobre a campanha salarial da categoria.
Os banqueiros não trouxeram nova proposta em relação à já rejeitada em assembleias realizadas em todo o país. A próxima reunião será na terça-feira (21), às 14h, e pode ser estopim para uma greve se não houver avanço por parte dos bancos.
“A categoria bancária deixou claro nas assembleias realizadas no dia 8 que quer aumento real, garantia de todos os direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e de que não serão substituídos por trabalhadores terceirizados, intermitentes, PJs, temporários. Também estão preocupados com a ultratividade (manutenção dos direitos até a assinatura de um novo acordo). E nada disso foi apresentado pelos bancos até agora”, ressaltou Juvandia, uma das coordenadoras do Comando.
A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, também coordenadora do Comando, destacou que os banqueiros não podem alegar dificuldades financeiras. “O setor mais lucrativo do país tem condições de garantir empregos e dar aumento real para seus trabalhadores. Estamos dispostos a negociar e esperamos que os banqueiros tenham mais responsabilidade e resolvam a campanha na semana que vem”, afirmou.
Os maiores bancos do país fecharam o segundo trimestre com R$ 17,6 bilhões contra R$ 15,2 bilhões em 2017, crescimento de 15,57% em relação a igual período no ano passado. O levantamento é apenas entre instituições com ações na bolsa – não foi levado em conta o lucro da Caixa Econômica Federal. Ao mesmo tempo, o setor reduziu significativamente sua força de trabalho. Desde 2016, mais de 40 mil empregos bancários foram extintos.