linha de frente

João Felício: ’35 anos depois, CUT continua na luta pela democracia’

Para o atual presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI), trabalhadores devem se unir cada vez mais para barrar novos retrocessos no país

ROBERTO PARIZOTTI/CUT

Mais de três décadas depois, a CUT mantém seu compromisso com o trabalhador e com a democracia brasileira

São Paulo – A CUT completou 35 anos nesta semana. Para João Felício, ex-presidente da central e atual presidente Confederação Sindical Internacional (CSI), mais de três décadas depois a entidade mantém seu compromisso com o trabalhador e com a democracia brasileira. “Nós nascemos com a marca da luta pela democracia e pelas transformações no Brasil. Nós não lutamos apenas por reivindicações salariais. Por isso, é central diferente das outras”, afirma à Rádio Brasil Atual.

Fundada em 1983, exigindo o fim da Lei de Segurança Nacional e eleições diretas para presidente, a CUT está novamente na linha de frente da luta pela democracia, após o golpe de 2016, afirma Felício. Ele acrescenta que os sindicatos internacionais também se solidarizam com os brasileiros.

“Há uma unanimidade no movimento sindical internacional sobre o Brasil, todos estão indignados. Estávamos num período, durante o governo Lula, de mais dignidade e respeito. Após o golpe, percebeu-se que a ideia era acabar com os avanços do governo Lula e Dilma, então, há uma solidariedade muito grande por parte do mundo conosco”, conta.

Com os retrocessos vividos pelo país nos últimos anos, principalmente após a reforma trabalhista, o presidente da CSI alerta que a filiação sindical é importante, pois é preciso unidade entre os trabalhadores. “Ninguém sozinho faz alguma coisa. O sindicato é a luta coletiva, onde é possível garantir direitos e conquistas. Não adianta ficar isolado no local de trabalho, por isso o sindicato é atacado pelos patrões e imprensa”, acrescenta.

Reunião em Brasília

A direção nacional da CUT se reuniu nesta terça-feira (28), em Brasília, e recebeu a visita do ex-ministro de Relações Exteriores Celso Amorim. Com ele, participaram da mesa o secretário-geral da entidade, Sérgio Nobre, e a secretária-geral adjunta, Maria Aparecida Faria.

Durante o encontro, o chanceler discorreu sobre o futuro do país. Amorim fez uma análise da atual situação política brasileira neste cenário de eleições gerais: um país dividido, com uma extrema-direita sonhando em chegar ao poder e uma esquerda fracionada, que pode se unir por meio da candidatura de Lula.

O ex-ministro, junto com a CUT, têm pressionado o governo e cobrado uma resposta também do Supremo Tribunal Federal (STF), que se mantém calado, a respeito da determinação do Comitê de Direitos Humanos da ONU de garantir a candidatura de Lula. “Você se colocar à margem do direito internacional é ser um pária, ou seja, você é um país cuja as decisões não são mais respeitadas”, observa.

Nesta semana, serão concluídas e aprovadas as pautas e encaminhamentos para o congresso do ano que vem. Entre os focos, está a formação e a campanha nacional de sindicalização. “A gente precisa mostrar para os trabalhadores o que é a CUT. As vezes ele conhece, mas não sabe o que é. O principal desta campanha é mostrar que quanto mais unidos, mais fortes seremos”, conta o secretário de Comunicação da central, Roni Barbosa.

Assista à reportagem do Seu Jornal, da TVT: