São Paulo – Uma explosão atingiu uma das caldeiras da Refinaria de Paulínia (Replan), a maior da Petrobras, na região de Campinas, interior de São Paulo, na madrugada desta segunda-feira (20). Segundo informações da estatal, não houve feridos. De acordo com funcionários da Replan, o fogo também atingiu a unidade de destilação, causando o rompimento de várias linhas de tubulações. Ao todo, houve três explosões e os trabalhadores tiveram de deixar o local. 

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) publicou nota denunciando que o acidente é resultado da redução de mão de obra e da falta de investimento em equipamentos e treinamento. “Tivemos dois programas de desligamento voluntário na Petrobras e até agora não teve reposição do efetivo nem concurso público. As refinarias estão trabalhando com efetivo reduzido e, depois da greve dos caminhoneiros, passaram a operar com maior capacidade, o que exige mais dos trabalhadores que ficaram”, diz o coordenador da entidade, Simão Zanardi Filho.

O coordenador da FUP na região de Campinas, Gustavo Marsaioli, trabalhador da Replan, denuncia que a unidade do acidente teve muitas paradas de manutenção por falta de trabalhadores e a empresa está colocando terceirizados sem experiência para fazer o serviço.

“Nós, que somos da manutenção, percebemos que as paradas das refinarias para fazer o serviço estão tendo pausas menores para não parar a produção”, critica. “Foi muita sorte não ter acontecido nada grave com ninguém e o sindicato irá até o fim para descobrir o que aconteceu e cobrar da empresa as ações necessárias para evitar que outro acidente como este aconteça e acabe matando muitos trabalhadores.”

A Replan é a maior refinaria da Petrobras, com capacidade de processamento de 434 mil barris de petróleo por dia. A produção corresponde a 20% do refino de petróleo no Brasil.