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Bancários fazem ato em defesa dos bancos públicos, em Brasília

Trabalhadores pedem a revogação de resoluções que determinam a redução da participação das empresas na assistência à saúde dos funcionários

CONTRAF-CUT

Principais pautas são as Resoluções 22 e 23 da CGPAR. Eles esperam revogação através de Projeto de Decreto Legislativo

São Paulo – Bancários de todo o país realizam, nesta quarta-feira (15), um ato contra o desmonte dos bancos públicos. A categoria está concentrada, desde as 10h, em frente ao Ministério da Fazenda, em Brasília. Trabalhadores de outras categorias, organizados no Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, também aderiram à manifestação.

Os trabalhadores se posicionam de forma contrária às resoluções 22 e 23 da Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União (CGPAR). O texto determina a redução de direitos dos funcionários dos bancos públicos, principalmente os ligados ao custeio da assistência à saúde.

De acordo com as resoluções, fica estabelecida a redução de despesas das empresas estatais com a assistência à saúde dos trabalhadores, limitando-se a participação no custeio dos planos de saúde dos funcionários pelas empresas públicas ao limite de 6,5% da folha de pagamento. A resolução 23também restringe a lista de dependentes apenas aos cônjuges e filhos, proibindo a inclusão dos pais, por exemplo, vedando a criação de novos planos administrados pelo RH das empresas.

A presidenta do Sindicatos dos Bancários de São Paulo, Ivone Silva, participa do ato e diz que as resoluções são “nefastas”. “Elas tiram os aposentados dos planos de saúde, ou seja, eles serão jogados aos planos privados. O funcionário contribui a sua vida inteira para o plano de saúde e, quando mais precisa, é retirado”, critica. 

Ela ainda lembra que a resolução 22 afeta a autogestão dos planos. “É um método que funciona muito bem, com a participação de seus trabalhadores, não permitindo nenhuma mudança brusca. Esse governo golpista quer jogar tudo para a iniciativa privada”, acrescenta.

Veja depoimento de Vagner Nascimento, da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB

Segundo a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, as iniciativas enfraquecem as entidades de autogestão de saúde de todas as empresas públicas. “Isso faz parte das medidas que visam empurrar as pessoas para os planos privados. Todos os trabalhadores estão sofrendo com os ataques do governo Temer e seus aliados no golpe contra a saúde. Estamos unidos para barrar esses ataques”, criticou.

Dionísio Reis, dirigente do sindicato em São Paulo, afirma que essa é mais uma ação tomada em conjunto pelo governo Temer com os banqueiros e enaltece a manifestação. “Estamos denunciando, fazendo uma grande atividade de resistência dos trabalhadores.”

Além dos atos desta quarta, os trabalhadores buscam a revogação das resoluções da CGPAR pela via legislativa com o Projeto de Decreto Legislativo (PDC 956/2018), de autoria da deputada federal Erika Kokay (PT-DF).

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