Trabalhadores cobram da prefeitura de São José dos Campos defesa da Embraer
Metalúrgicos se dizem preocupados com a venda da empresa, que pode resultar em demissões em massa na empresa
Publicado 18/05/2018 - 10h47
São Paulo – Em protesto realizado na terça-feira (15), o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos cobrou do prefeito Felício Ramuth (PSDB) um posicionamento em defesa dos empregos da Embraer. Os trabalhadores afirmam que a venda da empresa pode a levar a demissões em massa.
Em entrevista à Rádio Brasil Atual, o vice-presidente do sindicato, Herbert Claros, explica que não houve nenhuma declaração da prefeitura e nem do Legislativo municipal. “Lamentavelmente, o prefeito não deu declaração. Ele é conhecido por adorar estar nas redes sociais, mas sobre uma mudança na principal empresa da cidade ele se resume ao silêncio. Nem a Câmara (de Vereadores) se manifestou. Os (parlamentares) petistas tentaram colocar em votação uma audiência pública, mas os outros votaram contra”, critica.
O ato ocorreu em frente ao Paço Municipal. Os trabalhadores defendem que o governo federal vete a venda da companhia para a Boeing. De acordo com Herbert, a Embraer também não se manifesta sobre o assunto. “A empresa não conversa com os trabalhadores, está em silencio. É um desrespeito. O sindicato já enviou três cartas à direção, mas a empresa se nega a responder aos trabalhadores.”
Herbert afirma ainda que estudos apontam aumento do desemprego com a venda da Embraer. “A gente tem fábrica em Araraquara e Botucatu (outras cidades do interior paulista). Nós temos estudos que mostram: um emprego na Embrear gera outros 11 empregos. Nós sabemos que toda fusão ou aquisição de uma empresa é acompanhada por uma demissão em massa. O Brasil está numa condição econômica ruim e mais trabalhadores desempregados seria prejudicial.”
Fundada em 1969, a Embraer foi privatizada no final de 1994.
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