Espúrio

MPF e PF apuram fraudes em registro de entidades sindicais

Agentes vistoriaram gabinete do deputado Paulinho (SD), presidente da Força Sindical, além da sede da própria central e da UGT

Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados

Jovair Arantes, relator do impeachment, está entre os investigados pelo Ministério Público e pela Polícia Federal

São Paulo – O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) deflagraram nesta quarta-feira (30) a Operação Registro Espúrio, que apura fraudes na concessão de registros sindicais. “As investigações preliminares indicam que o grupo montou um esquema que funcionava em secretarias do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) responsáveis pela análise de pedidos”, diz o MPF. Três gabinetes de deputados foram alvo de ação de busca e apreensão, entre eles o do presidente da Força Sindical e do SD, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.

Segundo Paulinho, sua citação na operação “não possui nenhum fundamento senão criminalizar o movimento sindical como um tudo”. Em nota, ele afirmou desconhecer “em absoluto os fatos investigados” e que o partido que dirige não é responsável pelas indicações no Ministério do Trabalho.

Também por meio de nota, assinada pelo secretário-geral, João Carlos Gonçalves, o Juruna, a Força – que teve agentes da PF em sua sede – afirmou que está à disposição para esclarecimentos. “Não vamos permitir que criminalizem o movimento sindical como forma de enfraquecer a luta dos trabalhadores”, afirmou. A sede da UGT, em São Paulo, foi mais um alvo da operação desta quarta.

Os outros dois deputados são Jovair Arantes (PTB-GO), relator do processo de impeachment contra Dilma Rousseff, e Wilson Filho (PTB-PB). Entre as 23 prisões preventivas determinadas pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), está a do secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Leonardo Arantes.

Na manhã de hoje, foram cumpridos oito mandados de prisão preventiva, 15 de prisão temporária e 64 de busca e apreensão. Cerca de 320 policiais cumprem mandados no Distrito Federal e sete estados (São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais).

“Desde 2017, parte dos integrantes do grupo criminoso responde a uma ação por improbidade administrativa em andamento na Justiça Federal, em Brasília”, diz o Ministério Público. O esquema teria um núcleo administrativo (servidores do Ministério do Trabalho), um político (parlamentares e ex-parlamentares) e um sindical. 

Em nota, o Ministério do Trabalho diz que “aguardará serenamente” a conclusão das investigáveis. E que, apuradas as responsabilidades, “não se eximirá de aplicar as penalidades previstas em lei”.

 

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