Greve no ABC

Mercedes fala em ir à Justiça e metalúrgicos apontam retrocesso

'Dialogar é sempre a saída mais inteligente', afirma diretor do sindicato, que aposta na retomada das negociações

Edu Guimarães/SMABC

Assembleia nesta terça na Mercedes, em São Bernardo: paralisação começou há nove dias

São Paulo – Em greve há nove dias, os trabalhadores na Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo decidiram em assembleia na manhã nesta terça-feira (22) manter o movimento, depois que o Sindicato dos Metalúrgicos informou que não houve avanço nas negociações.

Agora, segundo a entidade, a Mercedes informou que pretende ingressar na Justiça do Trabalho, algo pouco usual no setor automobilístico, há anos caracterizado pela negociação direta. Amanhã, às 7h30, haverá nova assembleia. Com aproximadamente 8.050 funcionários, a fábrica produz caminhões.

“Foi precipitado”, comentou o diretor-executivo do sindicato Moisés Selerges, também funcionário na montadora. “Na história dos trabalhadores na Mercedes, os impasses sempre foram resolvidos numa mesa de negociações. Vamos continuar tentando restabelecer um diálogo com a direção. Dialogar é sempre a saída mais inteligente”, acrescentou. 

Os metalúrgicos reivindicam acordo que inclua reajuste incorporado aos salários, mudança nos critérios de cálculo da PLR (participação nos lucros ou resultados) e manutenção das cláusulas sociais, com um item de salvaguarda para assegurar negociação prévia sobre qualquer item da “reforma” trabalhista. Na última sexta-feira, eles rejeitaram proposta de reajuste com base na variação do INPC mais abono. 

 

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