Impasse

Assembleia rejeita proposta, e greve na Mercedes continua

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, oferta incluía reajuste, abono, PLR e item sobre 'reforma' trabalhista

Edu Guimarães/SMABC

Trabalhadores reprovam proposta da montadora. Para sindicalista, rejeição é resultado de falta de reajuste em anos anteriores

São Paulo – A greve dos trabalhadores na Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, completou cinco dias nesta sexta-feira (18), depois que uma assembleia realizada pela manhã rejeitou proposta apresentada pela montadora. As negociações devem ser retomadas na semana que vem.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a proposta incluía reposição salarial com base no INPC mais abono de R$ 2.500, além de participação de participação nos lucros ou resultados (PLR) em duas parcelas – 65% em junho e o restante em dezembro. As cláusulas sociais seriam novadas, com inclusão de um item de “salvaguarda” relativo à reforma trabalhista, além de estabilidade até maio do ano que vem. 

De acordo com a entidade, em relação à proposta anterior da Mercedes, rejeitada na mesa, sem ser levada a assembleia, foram retirados os itens de teto salarial para reajuste integral (R$ 10 mil) e redução de jornada e salários dos trabalhadores mensalistas (setor administrativo). Houve ainda aumento do abono e ajuste nos critérios de cálculo da PLR.

“Colocamos o acordo em votação, mas quem decide é o trabalhador. Eles tomaram a decisão acertada, de acordo com o que consideram necessário. Já apresentamos a decisão para a empresa e pedimos novas rodadas de negociações. A greve continua”, afirmou o diretor do sindicato Moisés Selerges, também funcionário da Mercedes.

Ele avalia que a rejeição se deve, basicamente, a um período sem reajustes por causa da crise. “Os companheiros passaram por muitas dificuldades nos últimos anos. Há um desejo agora de recuperar as perdas, com reajuste incorporado aos salários”, comentou. A fábrica de São Bernardo tem pouco mais de 8 mil trabalhadores.

Brasil metalúrgico

Sindicalistas do setor metalúrgico de todo o país, ligados a diversas centrais, se reuniram hoje em Caxias do Sul (RS). Integrante do movimento Brasil Metalúrgicos, eles avaliaram os desafios das próximas campanhas salariais e a resistência contra a Lei 13.467, de “reforma” trabalhista. Também discutiram a necessidade de ampliar a representação no Congresso. 

“Precisamos participar efetivamente das eleições 2018, elgendo candidatos próprios, com realmente compromisso com as expectativas do povo e da classe trabalhadora”, afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM, ligada à Força Sindical) e do sindicato de São Paulo, Miguel Torres.

 

Leia também

Últimas notícias