Indústria brasileira

Metalúrgicos discutem resistência à reforma trabalhista

Sindicalistas também planejam apresentar uma proposta de contrato coletivo nacional à CNI. E querem medidas urgentes contra a desindustrialização

Sind. Met. SP

Sindicalistas de vários estados reuniram-se hoje em São Paulo para fazer balanço e plano de ação

São Paulo – Sindicalistas do setor metalúrgico ligados a diversas centrais, que formam o Movimento Brasil Metalúrgico, se reuniram na manhã desta sexta-feira (20), em São Paulo, e fizeram um balanço positivo das campanhas salariais já realizadas no cenário da “reforma” trabalhista, cuja revogação eles defendem. Mas querem avançar no debate sobre uma política de “reindustrialização” do país. Eles pretendem ainda discutir com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) os termos de um possível contrato coletivo de trabalho.

“A grande maioria das convenções coletivas não contém cláusulas da reforma trabalhista. Isso já foi uma vitória”, afirmou o presidente da Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (FitMetal, ligada à CTB), Marcelino da Rocha. Está prevista para maio uma reunião ampliada no Rio Grande do Sul com categorias que têm data-base próximas, especialmente no segundo semestre.

Outra preocupação, segundo ele, é “aprofundar a discussão sobre uma pauta enxuta” a ser entregue à CNI, com alguns pontos básicos para construir um acordo “guarda-chuva” nacional, como itens relacionados a saúde e segurança e a condições de trabalho, entre outros temas. O dirigente também considera urgente buscar ações contra o processo de desindustrialização vivido pelo Brasil.

Isso passa pelas eleições deste ano, acrescentou Marcelino, já que do atual governo os sindicalistas não esperam nada. “Falta uma política de governo de médio e longo prazo”, afirmou, lembrando que o país tem aproximadamente 25 milhões de pessoas desempregadas ou sub-ocupadas. Os metalúrgicos já iniciaram debates com pré-candidatos do campo progressista.