passivo trabalhista

Depois de 11 anos, metalúrgicos de fábrica falida devem receber pagamento

Decisão judicial deve beneficiar cerca de 430 ex-funcionários da Fris Moldu Car, fabricante de autopeças de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, que teve falência decretada em 2013

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Wagnão fala na assembleia com ex-funcionários: “Só cada um de vocês sabe o que passou nesse tempo”

São Paulo – Uma decisão judicial deverá beneficiar aproximadamente 430 ex-funcionários da Fris Moldu Car, fabricante de autopeças de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, que teve falência decretada em 2013. Esses trabalhadores são representados pelo Sindicato dos Metalúrgicos em ação judicial. Segundo a entidade, desde 2007 eles deixaram de receber salários, benefícios e verbas rescisórias.

A decisão, da 7ª Vara Cível de São Bernardo, foi publicada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) em 21 de fevereiro. Nesta quinta-feira (1º), os trabalhadores se reuniram na sede do sindicato para discutir o procedimento necessário para que o pagamento seja efetivado. A data ainda não foi definida.

De acordo com a entidade, a falência foi decretada em 2013, mas os problemas decorrentes da má administração vinham desde 2007. Os trabalhadores chegaram a permanecer acampados durante 10 meses. “Em 2009 o imóvel que sediava a empresa foi vendido, mas, posteriormente, a venda foi anulada em razão da constatação de vícios na operação. Após anos de batalha jurídica, em agosto de 2015 foi efetivada a venda do imóvel por quantia suficiente para pagamento de grande parte dos créditos trabalhistas, e um ano depois deu-se a venda do ma­quinário”, informam os metalúrgicos.

“Só cada um de vocês sabe o que passou nesse tempo. Alguns, inclusive, não estão mais aqui, se foram antes do fim da luta. Ela foi dura, mas foi vitoriosa”, afirmou o presidente do sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, cumprimentando os trabalhadores. O coordenador do departamento jurídico da entidade, Marcelo Mauad, lembrou que os procedimentos discutidos na assembleia só valem para os representados. Os que têm advogados fora do sindicato devem procurá-los para pedir orientação.